Redação Pragmatismo
Mulheres violadas 26/Jan/2017 às 12:38 COMENTÁRIOS
Mulheres violadas

Parlamento russo aprova lei que deixa mulheres mais vulneráveis

Publicado em 26 Jan, 2017 às 12h38

Projeto que flexibiliza legislação sobre violência contra a mulher foi aprovado quase por unanimidade por parlamentares na Rússia: 385 votos favoráveis e 2 contrários. Cerca de 12 mil mulheres são assassinadas por seus maridos anualmente no País

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40% das mulheres russas enfrentaram violência doméstica (Imagem: Anastasia Rudenko)

Imagine isto: uma mulher apanha de seu marido e presta queixa, fazendo com que ele tenha de pagar uma multa. Ele paga com o dinheiro da família, vai para casa e grita com ela por ter reclamado.Você pode ter certeza que, na próxima vez, ela só vai tentar esconder suas cicatrizes e roxos, e não vai reclamar”, conta Alena Popova, ativista russa, ao jornal britânico The Guardian.

Na Rússia, a chamada “lei do tapa” pode fazer dessa situação hipotética uma realidade, descriminalizando a violência doméstica muito em breve. Na última semana, o parlamento do país já aprovou esta mudança.

Os defensores do projeto – conservadores do partido de Vladimir Putin -, dizem acreditar que agressões “moderadas” são importantes para a sustentação de valores “tradicionais”.

De acordo com a nova lei, será necessário haver, no período de um ano, mais de uma agressão ao mesmo membro de uma família para que isto seja considerado um crime.

Caso contrário, não passará de uma “ofensa administrativa” ou contravenção – uma forma de dizer que, além de não ser penalizado, o indivíduo recebe uma penalização mais branda.

De acordo com a agência estatal de notícias RIA Novosti, todo ano 12 mil russas morrem por conta da violência doméstica. No país, há uma expressão que diz que “se ele te bate, é porque ele te ama”. O avanço da nova lei comprova como esse tipo de discurso é difundido – e o quanto ele pode ser perigoso.

No site change.org, Popova organizou uma petição contra a mudança na lei. Até agora, ela já conta com quase 300 mil assinaturas.

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Giovana Feix, do MdeMulher

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