Redação Pragmatismo
Religião 16/Dez/2016 às 12:43 COMENTÁRIOS
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Pastor Malafaia é alvo da PF por esquema de corrupção com organização criminosa

Publicado em 16 Dez, 2016 às 12h43

Pastor Silas Malafaia é suspeito de envolvimento em um milionário escândalo de fraude e lavagem de dinheiro. O líder evangélico foi alvo de mandado de condução coercitiva no âmbito da Operação Timóteo, deflagrada pela Polícia Federal

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O pastor Silas Malafaia costumava frequentar ‘marchas anti-corrupção’

O pastor Silas Malafaia foi alvo de mandado de condução coercitiva no âmbito da Operação Timóteo, deflagrada na manhã desta sexta-feira (16), pela Polícia Federal. O líder evangélico é suspeito de envolvimento em um milionário escândalo de fraude e lavagem de dinheiro.

O diretor do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), Marco Antonio Valadares Moreira, e a mulher dele foram presos pela PF.

Segundo a PF, Malafaia teria “emprestado” contas correntes da igreja para ocultar valores desviados em um esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral.

Em posts no Twitter, o religioso afirmou ter recebido uma “oferta de cem mil reais de um membro da igreja” de um outro pastor, que seria seu amigo. “Não sei o não conheço o que ele faz”, completou Malafaia, que é líder da igreja ‘Vitória em Cristo’.

O cheque teria sido depositado pelo próprio beneficiário em sua conta corrente. “Por causa disso sou ladrão? Sou corrupto? Recebo ofertas de inúmeras pessoas.”

Malafaia afirmou que está em São Paulo e vai se apresentar à PF na cidade.

Dívidas

Malafaia esteve atolado em renegociações de dívidas da igreja, enfrentou uma queda brutal nas vendas de seus livros e de sua editora, além de uma tal redução nas colaborações (dízimos) que ele já via ameaçada a continuidade de sua congregação.

Pelo menos é isso que esse milionário empresário e pregador , citado pela “Forbes” em 2013,  dizia ao seu círculo mais próximo dentro da congregação Vitória em Cristo, igreja que ele comanda e que conta com cerca de 10 mil membros (a igreja diz que são 13 mil).

Segundo Malafaia, por causa da crise financeira que o Brasil vem atravessando nos últimos tempos, estava faltando dinheiro para pagar aluguéis, fornecedores e muito menos o caro horário que alugava na RedeTV!.

O atraso no pagamento chegou a fazê-lo perder temporariamente o programa na RedeTV, retomado após renegociação

Em crise, o pastor iniciou uma campanha para arrecadar mais fundos junto aos fiéis. “Ajude a espalhar a nossa palavra”, bradava ao público, insistindo por doações para manter a custosa “televangelização” (ele também tem um horário dominical na Band).

O esquema

A PF informou que o diretor do DNPM, em posse de informações privilegiadas a respeito de dívidas de royalties, oferecia os serviços de dois escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria a municípios com créditos de CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais) junto a empresas de exploração mineral.

O esquema se dividira em ao menos quatro grandes núcleos: o núcleo captador, formado pelo diretor do DNPM e sua mulher, procurava os prefeitos interessados; o núcleo operacional, composto por escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria em nome da mulher do diretor, que repassava valores indevidos a agentes públicos; o núcleo político, formado por políticos e servidores responsáveis pela contratação dos escritórios de advocacia; e o núcleo colaborador, que se responsabilizava por auxiliar na ocultação e dissimulação do dinheiro — sobre o qual Malafaia teria informações a prestar.

com informações de EBC e UOL

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