Redação Pragmatismo
Protestos 06/Set/2016 às 11:14 COMENTÁRIOS
Protestos

"Dias tristes para a democracia", diz Juiz que soltou manifestantes presos

Publicado em 06 Set, 2016 às 11h14

Juiz manda soltar jovens que foram presos no último domingo antes mesmo do protesto contra Michel Temer iniciar. Na decisão, o magistrado diz que "Vivemos dias tristes para nossa democracia. Triste do país que seus cidadãos precisam aguentar tudo de boca fechada. Triste é viver em um país que a gente não pode se manifestar"

violc3aancia-policial

Os jovens manifestantes que foram presos pela Polícia Militar neste domingo (4) antes mesmo do início do protesto contra Michel Temer finalmente estão em liberdade.

Na decisão que liberou o grupo, o juiz Rodrigo Tellini considerou as prisões ilegais e lamentou o atual momento político brasileiro.

“Vivemos dias tristes para nossa democracia. Triste do país que seus cidadãos precisam aguentar tudo de boca fechada. Triste é viver em um país que a gente não pode se manifestar”, declarou, no despacho. O grupo ficou mais de 24 horas detido.

A Defensoria Pública e o Ministério Público solicitaram a apuração de violência policial. Duas pessoas relatam que policiais forjaram a apreensão de objetos, o que também deverá ser investigado.

Crimes que “iriam cometer”

O boletim de ocorrência assinado pelo delegado Fabiano Fonseca Barbeiro que descreve os supostos “crimes” praticados pelos jovens revela como a democracia brasileira está fragilizada e justifica a preocupação do juiz Rodrigo Tellini.

De acordo com o B.O., os jovens foram detidos por suposta “associação criminosa” e “corrupção de menores”, já que havia menores no grupo. O crime, que ainda não havia sido cometido, seria o de planejar “agressões e dano ao patrimônio privado”. Os indícios? Estarem reunidos em grupo, com roupas pretas, objetos como máscara de gás e kits de primeiros socorros (utilizados até mesmo por jornalistas para amenizar os efeitos dos ataques da PM).

Barra de ferro

Um dos detidos ainda acusa a polícia de plantar uma barra de ferro em uma mochila que ele sequer carregava. O estudante Felipe Paciullo Ribeiro estava estudando para um trabalho de faculdade na biblioteca do Centro Cultural São Paulo quando foi surpreendido pela polícia.

“Meu filho não é uma pessoa interagida com política, não sabe de nada. Nunca foi a uma passeata. Ele foi preso apenas porque estava passando por ali”, disse a mãe do garoto ao site Ponte Jornalismo.

Na delegacia, advogados acusaram a Polícia de inúmeros abusos como o impedimento de ingresso dos defensores, a proibição da comunicação entre os detidos e seus familiares e o desrespeito à comunicação entre advogado e detidos que foram obrigados a prestar depoimentos sem a presença dos advogados.

com informações de revista Fórum

Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook

Recomendações

COMENTÁRIOS