Redação Pragmatismo
Política 14/Out/2015 às 18:54 COMENTÁRIOS
Política

"Se derrubo Dilma agora, no dia seguinte vocês é que me derrubam"

Publicado em 14 Out, 2015 às 18h54

Frase foi dita por Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em reunião nesta terça-feira com líderes da oposição. Presidente da Câmara quer garantias de que conseguirá preservar o seu mandato caso aceite um pedido de impeachment contra Dilma

Eduardo Cunha Dilma impeachment
O deputado Eduardo Cunha (Imagem: Gabriel de Paiva/Agência Globo)

Em reunião realizada na manhã desta terça-feira (13) na residência oficial da Câmara, o presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi direto com os líderes da oposição: “Se eu derrubo Dilma agora, no dia seguinte, vocês é que vão me derrubar”, disse.

Na conversa pela manhã, Cunha ainda demonstrava desconforto em relação a nota da oposição, divulgada no último sábado, que defendia sua saída, mesmo o texto tendo sido negociado com ele. Em conversas mais reservadas, Cunha quer garantias de que conseguirá preservar o seu mandato.

Alguns partidos da oposição sinalizam que podem tentar segurar um processo de cassação contra o presidente da Câmara dentro do Conselho de Ética. Mesmo assim, no PSDB, a avaliação é de que Cunha ainda pode fazer um acordo com o governo, caso perceba que não haverá os 342 votos necessários para abrir um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Até a reunião, a oposição queria fazer um aditamento a pedidos de abertura de processo de impeachment que já estavam em tramitação na Câmara, tática que foi atropelada durante o dia. Agora, a estratégia da oposição é entrar com novo pedido de impeachment no Congresso Nacional.

O objetivo é incluir no pedido de impeachment referências às chamadas pedaladas fiscais — prática de atrasar repasses a bancos públicos — do ano de 2015.

Cassação de Cunha

Deputados do PSOL e da Rede entregaram na tarde desta terça-feira (13) ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados representação contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na qual pede a cassação do mandato do peemedebista por quebra de decoro parlamentar.

Denunciado ao STF (Supremo Tribunal Federal) por suspeita de ter recebido US$ 5 milhões em propina do esquema investigado pela operação Lava Jato, na última semana Cunha teve seu nome ligado a contas secretas na Suíça.

O Ministério Público da Suíça informou à Procuradoria brasileira que Cunha foi investigado naquele país por suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção, e que os valores depositados nas contas foram bloqueados. A investigação suíça já foi enviada ao Brasil.

Uma vez instaurado o processo no Conselho de Ética, o prazo para que o resultado das investigações seja levado à votação pelo plenário da Câmara é de até 90 dias úteis. Por isso, há a possibilidade de que o caso só tenha um desfecho no próximo ano.

com blog do Camaroti e Jornal do Brasil

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