Menina que parou de envelhecer aos 4 anos inspira cientistas
Cientistas conseguem isolar os genes do envelhecimento. Brooke Greenberg, que parou de crescer aos quatro anos, inspira pesquisas contra doenças relacionadas à idade
Cientistas esperam encontrar novas e surpreendentes abordagens para combater doenças relacionadas ao envelhecimento. Eles isolaram genes de Brooke Greenberg, cujo desenvolvimento praticamente parou a partir dos quatro anos, chegando a ser chamada de Peter Pan da vida real: a menina que nunca cresceu. Tanto a idade do corpo quanto o desenvolvimento mental dela ficaram congelados.
Brooke foi analisada por especialistas que tentam entender a chamada Síndrome X, cuja causa ainda é desconhecida. Há duas semanas, aos 20 anos, ela morreu. Nascida em janeiro de 1993 em Baltimore, nos Estados Unidos, ela enfrentou muitos sofrimentos em decorrência de sua síndrome: luxação do quadril, dificuldades respiratórias e convulsões.
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O audacioso objetivo dos cientistas é criar tratamentos para diminuir ou mesmo parar os efeitos da passagem do tempo.
O diretor do Instituto de Genética do Hospital Monte Sinai, em Nova York, Eric Schadt, espera que a análise do material genético de Brooke forneça informações importantes sobre os processos de envelhecimento, levando a novas maneiras de aumentar a longevidade e reduzir doenças relacionadas à idade. Tanto os pais dela como seus três irmãos cresceram completamente normais.
– Identificamos um número de mutações específicas em Brooke que explicam sua condição – disse Schadt ao “Independent”. – No entanto, a função dos genes identificados não é totalmente conhecida, da mesma forma que não sabemos como eles se relacionam com o desenvolvimento ou envelhecimento.
Especialistas também pretendem descobrir novos tratamentos para uma série de doenças, inclusive o câncer. Entretanto, será necessário criar um mecanismo que evite os efeitos colaterais, que causaram as doenças crônicas de Brooke. Eles acompanham outras crianças que apresentam sintomas da Síndrome X.
O próximo passo deverá ser criar as mesmas condições genéticas em animais de laboratório, como ratos. Ainda há, portanto, um longo caminho a ser percorrido para que tratamentos efetivos sejam colocados no mercado.
Agência Brasil