Luis Soares
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Religião 23/Jul/2013 às 11:03 COMENTÁRIOS
Religião

Visita do papa: ateus e agnósticos protestam contra gastos públicos

Luis Soares Luis Soares
Publicado em 23 Jul, 2013 às 11h03

Ateus e agnósticos protestam contra gastos públicos na recepção ao papa. Com um secador de cabelos, membros da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea) promoveram um “desbatismo” em frente à Catedral da Sé, centro da capital paulista

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Ateus e agnósticos marcaram “Desbatismo” via Facebook (Reprodução/Facebook)

Membros da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea) protestaram hoje (22) contra os gastos públicos para recepção do papa Francisco e realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Brasil. Com um secador de cabelos, eles promoveram um “desbatismo” em frente à Catedral da Sé, centro da capital paulista. Após secar simbolicamente a água do sacramento do batismo, a pessoa recebia um certificado de participação no ato.

Podemos receber o papa, mas isso não significa que temos de gastar R$ 850 mil em uma recepção para ele, que os aviões da FAB [Força Aérea Brasileira] tenham de ir até o Vaticano para buscar o jipe dele”, disse o presidente da Atea, Daniel Sottomaior. Ele criticou também o fato de a prefeitura do Rio de Janeiro ter decretado quatro dias de feriado, dois deles parciais, por causa da visita do pontífice.

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Para Sottomaior, os gastos com a vinda do pontífice são um exemplo de como a laicidade (doutrina ou sistema que preconiza a exclusão das igrejas do exercício do poder político e administrativo) do Estado é desrespeitada no Brasil. “As autoridades sempre fizeram isso nesses 120 anos de República, pondo símbolos religiosos nas repartições públicas, pondo [a frase] ‘Deus seja Louvado’ no dinheiro, dando dinheiro para as religiões. Todos nós somos católicos e evangélicos à força, com a imunidade tributária que as igrejas recebem”, afirmou.

O professor Marcelo Carvalho ficou sabendo do protesto ao ouvir as críticas de uma apresentadora de TV ao ato. Ele destacou que também não é contra a recepção ao papa Francisco, mas acha que a festa não deveria envolver dinheiro público. “É mais o gasto público com a vinda dele, não necessariamente a vinda dele”, ressaltou Carvalho.

Agência Brasil

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