Redação Pragmatismo
Guerra injustificável 25/Out/2011 às 18:54 COMENTÁRIOS
Guerra injustificável

São impressionantes as últimas palavras de Kadafi: ele adivinhou o desfecho

Publicado em 25 Out, 2011 às 18h54

Foi no final de agosto que Kadafi escreveu oficialmente suas últimas palavras aos cidadãos líbios. O desfecho ocorreu como previa; vale ler até o fim

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Muammar al-Gaddafi (reprodução)

Aos meus compatriotas

Os assaltantes imperialistas que querem usurpar a terra de vocês, querem ver-me morto e já ofereceram um prêmio pela minha cabeça. Não sabem que minha cabeça, minha alma e o martírio pertencem a Alá, o grande deus. Mostrei ao mundo onde está o ninho da maldade.

Pensam vocês, meu irmãos, que o que acontece ao meu país acontece por minha culpa? Não. Por isso lhes digo que defendam a liberdade de vocês. Ganhamos essa batalha e outras ganharemos. Deus é grande. Vocês têm casa, saúde e escola gratuitos.

Ajudei o Chifre da África e, aqui, nenhum imperialismo imperou. Mas não fiz o bastante. Agora, vocês sofrem. Lutei muito para que, agora, vocês percam tudo. Lutem, lutem, não descansem nem se acovardem.

Somos milhões no mundo que já vimos que as coisas são como eu sempre disse que eram: imperialismo é igual a escravidão. Não nos submeteremos. Meu legado há de servir também a outras nações. Não estou morto, porque muitos ainda me querem vivo.

Estou com vocês nesses dias e nas noites escuras. Estamos com Alá.

Meus irmãos, levem a guerra a cada rincão da opulência, da vaidade, da vida lasciva. Não se deixem seduzir pelos dólares de sangue. Os líbios são seres luminosos. Tenham todos a certeza de que vocês estão do lado da grandeza.

Deixem passar o tempo. Há forças no interior de vocês. Libertem-se dos demônios do mundo, vivam e deixem viver.

Todos sabem onde estou. Nos oásis mais belos de nosso país. Não destruam a Líbia. Já sobrevivemos a seis meses de martírio e dor. Mas essa é a terra de vocês. Não a vendam.

Minha alma está com vocês. Temos democracia participativa na Líbia. O povo, para o povo. E por que dizem que não? Porque eu estou aqui. Uma voz de revolução? Não. Nem pensam nisso. É tudo pelo petróleo.

Estou em Sirte, em Trípoli, em Benghazi…

O imperialismo está acabado. Irmãos da Revolução Verde, não caiam na mentira capitalista. Para que algum império sobreviva hoje, precisa de guerra eterna.

Vocês não veem que ainda estando eu vivo e combatendo essa batalha infernal, eles já brigam entre eles, disputando o butim da nossa Líbia amada?

Os dissidentes supõem que os colonialistas lhes darão o que eu lhes dei? Pois esperemos, para ver.

Minha família e eu estamos bem, lutando pela verdade. Sofro, apenas, por haver líbios matando líbios. Mas foi o que conseguiram os sediciosos. Eu nunca lutei luta que não fosse por meus princípios, ajudando o povo, o povo líbio e os povos africanos. E eles? O que têm a dizer? Nada! Todos os capitalistas racistas são iguais. São aves de rapina!

Eles e seus slogans de caridade: Ajudem as crianças da África? E que criança da África ganha deles alguma coisa? As doações vão para banqueiros e multinacionais e para as empresas que eles criam para lucro deles. Algum africano alguma vez foi beneficiado pelas empresas que eles criam? Não.

O Chifre da África sofre o que sofre por causa do imperialismo. Sou líder e tenho o poder nas mãos. Vivo porque meu povo vive. Por isso querem calar-me. Kadafi aqui, hoje e sempre.

Povos do mundo levantem-se e façam fugir esses meios-homens que querem escravizar vocês.

Agora estou em Sirte. Nasci aqui. Sou filho humilde desse deserto líbio que me viu nascer. Estou em Trípoli, em Benghazi e no mundo. E daqui, falo. E os ianques, onde estão? O que têm a dizer?

Acaso a civilização e a cultura ianque querem pendurar-me numa forca, como o líder do Iraque?

Pois se acontecer, que seja. O martírio honra quem mostra a verdade ao mundo.

Muammar al-Gaddafi – 27 de agosto de 2011

SOA-Brasil

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