Redação Pragmatismo
Literatura 07/Jul/2011 às 23:32 COMENTÁRIOS
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Ernest Hemingway: 50 anos do fim de um gênio

Publicado em 07 Jul, 2011 às 23h32

No dia 2 de julho completou-se meio século da morte do jornalista e escritor estadunidense Ernest Hemingway. Autor de vários romances e mais de 50 relatos, Hemingway cultivou uma imagem de aventureiro, com prolongadas viagens à Europa e à África, onde testemunhou as duas guerras mundiais e a Guerra Civil Espanhola.

Ernest Miller Hemingway nasceu em 1899, em Oak Park, Illinois, nos Estados Unidos. Filho de um médico da zona rural, cresceu em um ambiente pobre e rude, que conheceu ao acompanhar o trabalho do pai na região. Esse ambiente foi descrito em seu livro de contos In Our Time [Em Nosso Tempo], de 1925. No ano seguinte, publicou “O Sol também se levanta”.

O escritor negou-se a cursar uma universidade e, pouco depois de terminar seus estudos básicos, começou a trabalhar com 17 anos como repórter no jornal “Kansas City Star”, onde ficou pouco mais de um ano. No periódico, já dava mostras de uma escrita de texto enxuto e frases curtas, o que se tornaria uma de suas marcas.

Quando eclodiu a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), Hemingway tentou se alistar, mas foi recusado por um problema na visão. Decidido a ir à guerra, conseguiu uma vaga de motorista de ambulância na frente italiana. Do conflito, voltou ferido e com restos de estilhaços nas duas pernas.

Depois, voltou à Europa como correspondente do diário “Toronto Star” e viveu em Paris durante a década de 1920 junto à chamada “Geração Perdida”, um grupo de escritores estadunidenses dentre os quais estavam Gertrude Stein, Ezra Pound, John Dos Passos e F. Scott Fitzgerald. Foi a época em que publicou “O Sol Também Se Levanta” (1926) e “Adeus às Armas” (1929).

Na década de 1930, cobriu a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), que lhe rendeu inspiração para uma de suas obras mais famosas, “Por Quem os Sinos Dobram” (1940).

Na Europa, ele ainda acompanhou o Desembarque da Normandia, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e a libertação de Paris da ocupação nazista.

Ainda nos anos 40, Hemingway viajou pelo continente africano, onde praticava caça – atividade retratada em um de seus contos mais conhecidos, “As Neves do Kilimanjaro” (1960).

Depois de se casar pela terceira vez, o jornalista foi viver em Cuba, em Finca Vigía, onde concluiu “O Velho e o Mar”, breve e renomado romance sobre um dia no mar de um velho pescador cubano, pelo qual recebeu o Prêmio Pulitzer em 1953.

Em 1954, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura, mas não foi recebê-lo por estar gravemente ferido devido a um acidente aéreo. Na época, chegou a declarar-se um cubano a mais e entregou a medalha do prêmio ao santuário de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, Padroeira de Cuba e dos pescadores.

Seu último livro foi “Paris é uma Festa” (1960), onde relata seus anos de juventude na capital francesa.

O escritor deixou Cuba em 1960, com a saúde já bastante debilitada, e ficou recluso em sua residência em Ketchum, no estado de Idaho, nos Estados Unidos. Um ano e meio depois, com três romances ainda pendentes, Hemingway cometeu suicídio.

Depois de Mark Twain e Jack London, Hemingway é o escritor estadunidense mais traduzido para outros idiomas.

Nos Estados Unidos, o escritor é celebrado durante os chamados “Hemingway Days”, que ocorrem no fim de julho, coincidindo com a data de seu nascimento (dia 21), com diversos eventos em Key West entre os quais está um sarau de contos promovido por sua neta, a também escritora Lorian Hemingway.

Já em Cuba, o casarão onde o escritor viveu por mais de duas décadas transformou-se em um museu, localizado cerca de 15 quilômetros ao leste do centro de Havana. A coleção possui aproximadamente 22 mil objetos pessoais e documentos do romancista, entre livros, troféus de caça, discos, armas, cartas, fotos e o barco Pilar, que pertenceu ao pescador Gregorio Fuentes.

Manifestações na ilha caribenha também marcaram os 50 anos da morte do escritor. Na vila de pescadores de Cojímar, situada a leste de Havana, os moradores organizaram um ato em frente ao busto de Hemingway erguido em 1962, com bronze colhido pelos pescadores.

Brasil de Fato

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