Redação Pragmatismo
Curiosidades 01/Jun/2017 às 11:15 COMENTÁRIOS
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Mistério do desaparecimento de jovem do Acre está próximo de ser desvendado

Publicado em 01 Jun, 2017 às 11h15

Polícia vê 'plano de marketing' em sumiço de jovem do Acre. Investigadores descobriram que Bruno Borges assinou contratos com amigos prevendo a distribuição de lucros pela venda dos 14 livros criptografados. Em troca de mensagens, amigos comemoravam: "vamos ficar ricos"

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Marcelo Ferreira (esq), amigo de Bruno, foi preso no Acre. Em postagem no Facebook (dir), irmã de Bruno contesta versão da Polícia

A Polícia Civil do Acre apreendeu nesta quarta-feira (31) contratos feitos entre Bruno Borges, 25, jovem desaparecido desde o fim de março, e seus amigos prevendo a distribuição de lucros pela venda dos 14 livros que o estudante de psicologia deixou criptografados.

Os documentos foram encontrados na casa de um dos amigos, Marcelo Ferreira, 25, que chegou a ser detido, mas deve ser liberado ainda nesta quarta. Ele e Márcio Gaiote, outro amigo, responderão a inquérito por falso testemunho segundo o delegado Alcino Júnior, responsável pelo caso.

Na casa de Márcio, que vive atualmente na Bahia, a polícia encontrou há cerca de dez dias a cama e um móvel do quarto de Bruno. Antes de sumir, o jovem se desfez da mobília e ornamentou o quarto com inscrições e símbolos, além de uma estátua do filósofo italiano Giordano Bruno.

Os amigos de Bruno, segundo a investigação, o auxiliaram no seu projeto e não contaram tudo o que sabiam à polícia. “Os dois estavam seguindo o plano de divulgação para a mídia dessas obras”, disse o delegado.

O delegado afirmou também que, em conversas de WhatsApp, os dois comentavam a ampla divulgação do caso e diziam que iam ficar ricos.

“Eles estão surfando nessa onda para ganhar dinheiro. Quem sabia que o Bruno ia sumir para dar esse ibope todo para a divulgação e depois publicação eram eles”, disse Júnior.

O delegado afirma que, com a nova apreensão, ficou claro que não há crime por trás do sumiço do rapaz. “A ideia era esclarecer se tinha ou não um crime relacionado a esse desaparecimento. Hoje a gente põe uma pá de cal em cima disso. A localização dele agora é bastante secundária, até porque não é crime querer desaparecer. A gente tem interesse em achá-lo, mas não é uma prioridade.”

“Esse desaparecimento tinha fortes indícios de que tinha o objetivo mesmo de um plano de marketing”, completou Júnior.

O delegado afirmou ainda que a polícia não tem mais obrigação de localizar Bruno, mas vai continuar a busca para esclarecer detalhes do caso.

Irmã de Bruno

Gabriela Borges, irmã de Bruno, escreveu no Facebook nesta quarta que a família já sabia do contrato sobre direitos dos livros.

“Desde o dia do desaparecimento soubemos do contrato, e isso nunca nos disse muita coisa a respeito. Até porque, para que os planos do Bruno deem certo, ele precisa de dinheiro. Afinal, não dá pra construir hospitais e ajudar quem precisa só com amor no coração. Então nem comecem com nhenhenhe!!!”, disse ela.

Segundo ela, estão querendo denegrir a imagem do irmão. “Qual o problema ele fazer um contrato para ajudar amigos que o ajudaram? […] Quem conhece o Bruno sabe exatamente do que passa em seu coração e qual sua verdadeira intenção com a publicação da sua obra, que por sinal, é muito interessante.”

Gabriela afirmou ainda que em breve a família fará o lançamento do primeiro livro.

Relembre o caso

A última vez que os parentes viram Bruno foi durante um almoço em casa. Após a refeição, todos saíram, menos Bruno. Horas depois, o pai dele retornou e não o encontrou mais na residência.

No quarto do rapaz, a família achou uma estátua do filósofo Giordano Bruno (1548-1600), vários escritos pelas paredes e 14 livros criptografados, dos quais – segundo a família – cinco já foram decodificados. Não havia nenhum móvel ou objeto pessoal de Bruno.

A retirada dos móveis, as inscrições na parede, assim como a chegada da estátua, ocorreram em um período de pouco mais de 20 dias, período em que o quarto ficou trancado e os pais viajavam de férias.

O artista plástico Jorge Rivasplata, autor da estátua, afirmou que entregou o objeto ao jovem no dia 16 de março.

Pelo artefato, o artista disse que recebeu inicialmente R$ 7 mil e, em seguida, mais R$ 3 mil. Quem custeou a obra foi o primo de Bruno, o médico oftalmologista Eduardo Borges de Velloso Viana. Ele relatou que transferiu R$ 20 mil para conta de Bruno, mesmo sem saber detalhes do projeto ao qual o jovem se dedicava.

informações de G1 e jornal Folha de S.Paulo

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