Redação Pragmatismo
Barbárie 14/Out/2016 às 12:48 COMENTÁRIOS
Barbárie

Por que não devemos comemorar a agressão a Eduardo Cunha

Publicado em 14 Out, 2016 às 12h48

Vídeo que viralizou nas redes sociais mostra Eduardo Cunha levando 'uns tapas' de uma senhora no aeroporto. A revolta é compreensível. Vê-lo humilhado pode dar satisfação a muita gente. Mas não é cabível cruzar essa linha civilizatória. E se aquilo se transforma num linchamento? Ou linchamentos são aceitáveis desde que “do lado certo”?

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Eduardo Cunha em aeroporto no Rio de Janeiro (reprodução)

Kiko Nogueira, DCM

Não há nada a ser comemorado no fato de alguém ter agredido fisicamente Eduardo Cunha.

Nada.

O vídeo viralizou. O deputado cassado está empurrando seu carrinho de bagagem no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, quando uma senhora sai correndo atrás dele.

Ela se aproxima e começa a desferir golpes com o que parece ser sua bolsa. Ouvem-se alguns passantes hostilizando-o. “Roubou o Brasil!”, fala um sujeito. Outro manda ver o clássico “Fora, Cunha!

O cara que filma a confusão vibra. “Pega o Cunha, senhora!”, diz ele, rindo.

Ela desiste num determinado momento. Cunha continua caminhando em direção ao portão de embarque.

É compreensível a revolta com Eduardo Cunha. Vê-lo humilhado pode dar satisfação a muita gente.

Mas não é cabível cruzar essa linha civilizatória. Qual o limite? E se aquilo se transforma num linchamento? Ou linchamentos são aceitáveis desde que “do lado certo”?

O resultado disso? Cunha sai como vítima. Acusa agora a agressora de “estar com um grupo do PT”. Afirma que vai processá-la. Passará a andar com seguranças.

O Brasil já está sobrecarregado de ódio e revolta. Chega. O canalha que chuta o mendigo não pode ser imitado.

Responder com violência à violência multiplica a violência, colocando uma escuridão ainda mais profunda à noite já desprovida de estrelas. A escuridão não pode eliminar a escuridão: só a luz pode fazer isso”, disse Martin Luther King.

Ou isso ou a barbárie. E na barbárie não há vitória.

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