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O sionismo é neonazismo?

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As estratégias e as táticas conferem ao Exército sionista uma proximidade com neonazismo, porque mata de forma direta pessoas sem armas, ataca escolas, hospitais, ambulâncias e campos de refugiados, demonstrando, a todo momento, que a guerra contra o Hamas é uma farsa, porque o objetivo é matar o povo

(Imagem: Olivier Fitoussi | Flash90)

Israel Aparecido Gonçalves*

É preciso iniciar afirmando que, em nenhuma hipótese, podemos confundir o sionismo, com a totalidade da sociedade israelense ou que o radicalismo islâmico é uma vontade da maioria dos civis palestino. É um direito dos palestinos e dos judeus pertencerem a um território, criarem seus filhos com dignidade e promoverem seus costumes.

É fato que o grupo armado Hamas começou com os massacres dia 7 de outubro, no sul de Israel, assassinando inocentes e deixando um rastro de terror injustificável e condenável. Consequentemente, o governo de Israel declarou guerra total à facção do Hamas, bombardeando todo o norte de Gaza e, posteriormente o sul, ambos os locais densamente povoado. Estima-se que o Hamas tenha entre 30 a 40 mil soldados, mas não tem aviação, marinha ou qualquer carro de guerra. Sempre usou os civis como escudo humanos, túneis e instituições civis como instrumento militar. Porém, do outro lado, o Exército de Israel é o quinto maior do mundo, moderno, e seus mais de 350 mil soldados têm equipamentos de primeira geração, sendo uma potência. Possui satélites, drones e apoio total da maior força militar do mundo, os Estados Unidos.

Destaca-se que a Alemanha nazista também era uma potência militar, isso se deve a sua ideologia militarista e nacionalista. Entretanto, a ideologia nazista, gestada no início do século XX, apresenta como essência a ideia de uma raça pura, chamada de ariana, que é uma invenção sem comprovação científica. Portanto, se existisse um povo, os arianos, esses precisariam de um território, o denominado espaço vital, que seria o espaço territorial de Berlim a Moscou. Hitler buscou militarmente construir tal espaço vital, contudo, para a felicidade da humanidade, esse périplo não deu certo.

O sionismo é anterior ao nazismo, surgido no século XIX, nacionalista, que buscou criar um território para os judeus, e conseguiu realizar esse intento. Por uma questão política e um acordo com a Grã-Bretanha, o local escolhido foi a Palestina, a qual era habitada em maior número pelos árabes, que foram expulsos com a criação do Estado de Israel, em 14 de maio de 1948, e depois de várias guerras. Mas o sionismo deseja expandir o território israelense, por isso, invadiu militarmente a Cisjordânia, matando civis, ações essas criticadas pela ONU. Além disso, também invadiu Gaza até 2005 e, posteriormente, cercando militarmente a fronteira de região.

De fato, o sionismo é radical e mata até os judeus moderados. Assim, o assassinato do Primeiro Ministro de Israel, Yitzhak Rabin, em 1995, pelo sionista Yigal Amir, é um exemplo do radicalismo sionista. Rabin buscava efetivar o acordo de Oslo que colocaria fim à expansão territorial de Israel na Palestina. O crime contra Rabin demonstra uma prática já comum na época do nazismo: assassinar todo cidadão alemão que não aderisse as suas diretrizes políticas e totalitárias.

A atual Faixa de Gaza está cercada por todos os lados por Israel e o sul dela faz fronteira com o Egito, que é vassalo de Israel e dos interesses estadunidenses. Gaza é um campo de concentração a céu aberto, comandado pelos membros autoritários do Hamas e rodeados de soldados judeus. A morte indiscriminada de inocentes, ataques a hospitais, ambulâncias, casas, campos de refugiados, deslocamento de civis, interrupção de água, de energia elétrica são ações de Israel, em nome da vingança, pois não procuram negociar para recuperar seus reféns, por isso, eles praticam o mal supremo, com a morte fria e calculada de civis palestinos. Mas nem Israel, nem o Hamas têm vergonha dos crimes que cometem, não querem esconder, pelo contrário, divulgam os assassinatos de civis como se fossem uma festa, cheia de sangue de inocentes.

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Verifica-se, então, que a ação do sionismo em Gaza apesenta muitas semelhanças com as da Alemanha nazista. Aliás, o atual governo alemão, já sob as signas da democracia, abraçou a causa sionista como se fosse dela, talvez, por um passado comum. Um exemplo desse passado de parceria, foi quando ocorreu, em 1933, a Conferência Sionista na cidade de Praga. Nesse evento os sionistas rejeitaram uma moção contra Hitler, ou seja, apoiaram os atos do governo nazista. Reforça-se que o povo israelita não pode ser comparado com os nazistas, embora algumas instituições do país semita se aproximem das diretrizes nazistas.

Gaza, com as devidas proporções, é o “gueto de Varsóvia”, da época da Segunda Guerra Mundial. As estratégias e as táticas conferem ao Exército sionista uma proximidade com neonazismo, porque mata de forma direta pessoas sem armas, ataca escolas, hospitais, ambulâncias e campos de refugiados, demonstrando, a todo momento, que a guerra contra o Hamas é uma farsa, porque o objetivo é matar o povo. Logo, o principal interesse do governo sionista é a conquista total do território palestino, obviamente, sem que eles estejam vivendo lá, pois todos receberam pela mídia Ocidental e pelos sionistas alcunha de terroristas. Mas, infelizmente, a “história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa” – frase de Karl Marx.

*Israel Aparecido Gonçalves é cientista político. Autor principal do artigo “HORROR AS A SPECTACLE: AN ANALYSIS OF THE CONFLICT BETWEEN HAMAS AND ISRAEL IN 2023” Disponível em: https://www.periodicojs.com.br/index.php/gei/article/view/1742/1529

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