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Deputado que se elegeu dando aulas de depilação anal incitou atos golpistas, conclui PF

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Polícia Federal vê indícios de crime e ministro pede manifestação da PGR. Antes de se tornar deputado, André Fernandes (PL-CE) viralizou nas redes com aula de depilação das partes íntimas

André Fernandes (Imagem: Sergio Lima/360)

Embora André Fernandes (PL-CE) seja o autor do requerimento de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que visa investigar os atos golpistas de 8 de janeiro, instalada nesta quinta-feira (25), foi ele próprio um dos responsáveis por incitar a destruição das sedes dos Três Poderes. A conclusão de uma investigação da Polícia Federal.

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Fernandes é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), devido a postagens feitas em suas redes sociais. Contraditoriamente, ele é um dos membros designados pelo seu partido para integrar a CPMI.

Em uma publicação feita no dia 6 de janeiro, André Fernandes convocava para um “ato contra o governo Lula” na Praça dos Três Poderes, em Brasília, a ser realizada dois dias depois.

Em 8 de janeiro, quando a tentativa de golpe de estado já estava em curso, Fernandes publicou uma imagem de uma porta de armário quebrada com o nome do ministro Alexandre de Moraes, acompanhada da legenda: “Quem rir, vai preso”.

O que diz a Polícia Federal

A PGR solicitou a abertura do inquérito ao identificar incitação ao crime e uma provocação para a prática violenta da abolição do Estado Democrático de Direito.

“Depreende-se que ele coadunou com a depredação do patrimônio público praticada pela turba que se encontrava na Praça dos Três Poderes e conferiu ainda mais publicidade a ela (tendo em vista o alcance das suas redes sociais) restando, portanto, demonstrada sua real intenção com aquela primeira postagem, que era a de incitar a prática delituosa acima citada”, dizem os investigadores.

Durante seu depoimento à PF, o deputado alegou que “a ocupação de prédios e a destruição do patrimônio não são ações democráticas” e que “em nenhum momento convidou, incentivou ou convocou manifestações em frente aos quartéis”.

A polícia ressaltou, no entanto, que “o próprio investigado compartilhou imagens de destruição do patrimônio público, o que contradiz sua afirmação de que, durante os ataques em 8 de janeiro de 2023, ele publicou em sua conta no Twitter que não compactuava com a depredação do patrimônio público”.

Os investigadores classificaram a conduta do deputado como criminosa, destacando que ele “incitou publicamente a prática de crime, ao tentar, por meio de violência ou ameaça grave, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo seu exercício”.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, concedeu um prazo de 15 dias para que a PGR se manifeste sobre as conclusões da Polícia Federal em relação à conduta do parlamentar.

Depilação anal

Antes de se tornar deputado, André Fernandes já viralizou no Youtube com vídeos ensinando a depilar o ânus e simulando que cheira cocaína. Fernandes se define como conservador, bolsonarista e armamentista em seu perfil no Twitter.

No vídeo da depilação, Fernandes se ajoelha sobre um espelho e mostra como passa água, sabonete e um creme de barbear entre as pernas. Ele aconselha que os espectadores não façam isso com frequência. “Façam isso uma vez por mês que já está supimpa”. O pó branco do outro vídeo era sal, segundo ele.

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