Tragédia

Rampa de segurança de tobogã onde professora morreu falhou, diz funcionário

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Dispositivo de segurança não funcionou e causou morte de professora, afirma funcionário do Ski Park. Luciana Cerri descia o brinquedo junto do filho, de sete anos

Tobogã do Ski Park, onde ocorreu a tragédia (reprodução)

A professora Luciana Cerri, de 42 anos, morreu após descer de tobogã no Ski Park, em São Roque (SP). No momento da tragédia, a mulher estava com o filho de 7 anos no colo. A criança ficou gravemente ferida, mas sobreviveu.

Um funcionário do parque de diversões que o dispositivo de segurança não funcionou. A Polícia Civil instaurou um inquérito por morte suspeita e homicídio culposo e começou a ouvir testemunhas.

Ao menos dez pessoas devem prestar depoimento ao longo da investigação, entre funcionários, parentes e representantes da empresa.

Luciana e o filho foram arremessados violentamente e bateram em uma grade de proteção. De acordo com o funcionário, no final do brinquedo existe uma rampa, que funciona como um dispositivo de segurança para a pessoa diminuir a velocidade e parar no fim do tobogã. Esse dispositivo não teria funcionado.

A moradora de Jundiaí (SP) Janine Janeri contou que estava no Ski Park, perto do teleférico, quando viu a mulher descer o tobogã com o filho no colo, e os dois baterem em uma grade de proteção.

“Ela passou pela lombadinha do tobogã, só que a velocidade estava muito alta. Eles voaram e bateram em uma estrutura de ferro que tem entre o tobogã e o teleférico. Foi um barulho horrível, uma cena horrorosa”, relata.

Janine contou que o garoto chegou a caminhar em direção a ela, mesmo ferido. “Fui correndo, olhei para ele, e ele me abraçou e disse: ‘e agora? O que vai acontecer? Eu vou levar pontos?’. Ele estava com o rostinho todo machucado, todo desfigurado”, diz.

A testemunha conta que chamou a ambulância, mas percebeu um despreparo por parte dos profissionais do parque no socorro às vítimas. “Fui ajudar com o menino [filho dela] que estava com muito sangue e vi um despreparo no socorro porque daí foi a pessoa da ambulância, não sei o que ele é, o menino que fica embarcando e desembarcando as pessoas no brinquedo e chegou mais uma pessoa do parque para ajudar, mas a forma como eles estavam pegando ela, enfim, muito despreparo”.

O que falta esclarecer

1. O site da empresa afirma que a idade mínima para uso do brinquedo é de quatro anos, com a criança acompanhada do responsável. No entanto, não fica claro se a descida de duas pessoas pode ocorrer ao mesmo tempo. Imagens publicadas na internet mostram descidas no local em duplas, com crianças.

2. A criança teve lesões no rosto e foi levada à Santa Casa de São Roque. Depois, foi transferida ao Hospital São Francisco, onde está internada. Não há detalhes atualizados sobre o estado de saúde do menino.

3. A polícia aguarda os laudos periciais feitos no parque, assim como os exames de corpo de delito e necroscópico para avaliar as possíveis causas do acidente. Os laudos devem chegar em 30 a 45 dias e vão apontar as especificações do brinquedo, se estava irregular ou não, toda a dinâmica do acidente e a causa da morte da professora.

A professora Luciana Cerri