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Dino comenta ataques da extrema-direita de Portugal contra Lula: “Cá e lá, perderam e perderão sempre”

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Conhecido como “Bolsonaro português”, líder da ultradireita puxou ataques contra Lula no parlamento. Flávio Dino comentou as agressões: “Grupelho que não respeita os laços históricos e de amizade com o Brasil. Cá e lá, perderam e perderão sempre. Viva a Revolução dos Cravos!”

Em sua primeira visita à Europa no terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido nesta terça-feira pelo presidente da Assembleia da República Portuguesa, Augusto Santos Silva, e discursou para o Parlamento lotado. O chefe de governo brasileiro se dirigiu aos portugueses, em particular, e à Europa de modo geral, assim como às Nações Unidas, ao abordar a guerra na Ucrânia. O discurso de Lula foi histórico, porque coincide com o 25 de Abril, data da Revolução dos Cravos em 1974, que pôs fim à ditadura salazarista.

A revolução “permitiu que Portugal desse um verdadeiro salto para o futuro”, disse Lula. O presidente também foi alvo de manifestações de extremistas do lado de fora e, na Assembleia, de um grupo de 11 parlamentares do partido de extrema direita Chega. O protesto, foi respondido com aplausos a Lula por integrantes das outras bancadas. A Assembleia é unicameral (não há Senado) e tem 280 parlamentares. Mesmo assim, parte da imprensa brasileira deu destaque aos apupos da minoria saudosa do salazarismo.

“O movimento iniciado pelos Capitães de Abril há exatos 49 anos reconquistou as liberdades civis, a participação política dos cidadãos, a democratização política, os direitos trabalhistas e a livre organização sindical.” Segundo Lula, o movimento deu origem “a uma vibrante democracia parlamentar”.

Extrema-direita protesta

A posição de Lula no cenário internacional e o que representa o chefe de Estado brasileiro provocou protestos dos parlamentares liderados pelo deputado André Ventura, líder do partido de ultradireita português Chega, também conhecido como “Bolsonaro português”, por suas práticas que lembram às do brasileiro.

A manifestação dos extremistas, com pequenos cartazes sobre “corrupção”, foi duramente repreendida pelo presidente da Casa. “Os deputados que querem permanecer na sala têm de se comportar com urbanidade, cortesia e a educação exigida a qualquer representante do povo português. Chega de insultos, chega de degradarem as instituições, chega de porem vergonha no nome de Portugal”, afirmou Santos Silva.

Segundo ele, Lula é “o líder político cujas políticas sociais contribuíram decisivamente para a redução da pobreza e das desigualdades no Brasil”. “Em si reconhecemos o estadista que se apresentou e venceu eleições livres e que, depois, quando alguns tentaram invadir e derrubar as instituições democráticas brasileiras, soube defendê-las sem qualquer hesitação”, declarou o presidente da Assembleia.

Nas redes sociais, o ministro Flávio Dino classificou os ataques da extrema-direita como um ato de ‘grosseria’. “Deploráveis atos de grosseria hoje em Portugal, perpetrados contra o presidente Lula, por grupelho que não respeita os laços históricos e de amizade com o Brasil. Cá e lá, perderam e perderão sempre. Viva a Revolução dos Cravos! Todo o respeito à imensa maioria do povo português”, escreveu o ministro.