ELEIÇÕES 2022

PF cumpre mandados de busca e apreensão contra envolvidos em atos golpistas

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Moraes manda e Polícia Federal faz operação contra 81 bolsonaristas suspeitos de organizar atos golpistas. Ações acontecem em sete estados (AC, AM, ES, MT, MS, PR e SC) e no Distrito Federal, e também atingem dois deputados

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou à Polícia Federal (PF) o cumprimento de 81 mandados de busca e apreensão contra envolvidos nos atos golpistas a favor de Jair Bolsonaro (PL). Moraes também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

No total, a PF realiza a operação nos estados de Acre, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina e Espírito Santo. Somente neste último estado, quatro envolvidos já tiveram prisão preventiva decretada. Lá, a PF cumpre 23 mandados nos municípios de Vitória, Vila Vilha, Serra, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim.

Desde o fim do segundo turno das eleições, bolsonaristas bloquearam estradas e avenidas pelo país contra o resultado democrático das urnas que derrotou Jair Bolsonaro.

O ministro também determinou a suspensão das redes sociais e o bloqueio das contas bancárias de alguns dos envolvidos. Em 7 de dezembro, Moraes já havia determinado uma multa de R$ 100 mil aos proprietários dos caminhões identificados pelas autoridades de Mato Grosso nas manifestações. Também proibiu a circulação dos veículos e o bloqueio dos documentos. No mês anterior, Moraes também bloqueou a conta bancária de 43 pessoas e empresas suspeitas de envolvimento nos atos.

Deputados são alvos

Entre os alvos das medidas de hoje estão os deputados estaduais Carlos Von Schilgen (Democracia Cristã) e Capitão Assumção (PL). Após a operação, um grupo bloqueou uma rodovia federal com pneus queimados e “miguelitos” em Santa Catarina. O ato foi considerado “terrorista” pela Polícia Rodoviária Federal.

Essa é a maior operação contra financiadores dos atos antidemocráticos. “Quando Moraes ordena a busca e apreensão, está buscando materialidade, provas, para prisões e processos, para de alguma maneira punir e responsabilizar por esses atos que estão passando dos limites”, afirma o jornalista Alberto Bombig.

Desde o segundo turno, tanto em bloqueio de estradas como em atos em frente a quartéis, bolsonaristas cobram as Forças Armadas para que promovam um golpe que impeça a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Esses atos têm sido atiçados por Bolsonaro.

Na semana da derrota, em uma rápida declaração, ele disse defender os atos, tendo ali apenas condenado os bloqueios de estradas por seus apoiadores. Já no final da semana passada quebrou um silêncio de 40 dias com um discurso dúbio que também atiçou seus apoiadores.

A escalada da violência nos atos antidemocráticos liderados por bolsonaristas fez desmoronar o discurso público do presidente e de seus aliados, que destacavam as manifestações como ordeiras e pacíficas e buscavam associar protestos violentos a grupos de esquerda.

Com casos de violência que incluem agressões, sabotagem, saques, sequestro e tentativa de homicídio, as manifestações atingiram seu ponto crítico e acenderam o alerta das autoridades, que realizaram prisões e investigam até possível crime de terrorismo.