ELEIÇÕES 2022

Bolsonaro consultou o Exército antes de quebrar o silêncio, mas não teve apoio

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Enquanto não reconhecia a vitória de Lula e não se manifestava sobre o resultado democrático das urnas, Bolsonaro consultou consultou o Alto Comando do Exército sobre judicializar as eleições, mas não teve apoio. As informações são de oficiais das Forças Armadas

(crédito: EVARISTO SA / AFP)

Kenzô Machida, CNN

No dia que quebrou o silêncio e fez um pronunciamento no Palácio da Alvorada após o resultado da eleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL), horas antes, consultou os militares do Exército Brasileiro sobre a possibilidade de judicializar o resultado das urnas sob a justificativa de que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) poderia ser considerado inelegível por conta das condenações na Lava Jato. As informações são da CNN.

Integrantes das Forças Armadas, entretanto, não deram apoio ao presidente para seguir nessa investida. Fontes militares disseram que a sugestão chegou a receber o aval de uma das Forças e negada por outra, além do Exército, o fiel da balança que não endossou a tentativa do presidente.

Até o momento, levantamento do Comitê de Transparência não encontrou irregularidades nos testes, feitos em 641 urnas, sendo 56 com uso de biometria de eleitores. O Exército integra esse comitê.

Militares do Alto Comando do Exército Brasileiro estão fechados no posicionamento de aceitar o resultado das eleições presidenciais e descartam qualquer possibilidade de intervenção ou golpe.

A leitura interna é de que as eleições ocorreram dentro da lisura do processo eleitoral e que não houve fraude comprovada nas urnas eletrônicas. Porém, a instituição não deve se posicionar sobre o assunto. A ordem na caserna é que esse posicionamento, se ocorrer, será por meio do Ministério da Defesa.

Entre os generais de quatro estrelas, o resultado das eleições é considerado página virada e agora os militares já alinham os preparativos para a transição de governo e aguardam a divulgação do nome do novo ministro da Defesa. Na semana que vem, os generais que compõem o Alto Comando devem marcar a primeira reunião para apresentar a situação atual da Força e as perspectivas para o ano que vem. A reunião faz parte dos trâmites para a passagem para o próximo governo.