Jair Bolsonaro

Prévia do PIB frustra propaganda bolsonarista de recuperação econômica

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PIB brasileiro teve o maior tombo em um ano e meio e frustra propaganda bolsonarista de 'recuperação da economia'. Dados da FGV mostram avanço da inflação em capitais; preço da gasolina vai explodir após a eleição

Imagem: Mauro Pimentel | AFP

O chamado Índice de Atividade Econômica (IBC-BR), divulgado nesta segunda-feira (17) pelo Banco Central, mostrou queda de 1,13% entre julho e agosto. Foi a maior retração, desde março de 2021, do índice que é considerado uma “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), a soma das riquezas do país. O que contraria discurso oficial, usado na campanha eleitoral, de recuperação econômica.

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Assim, de janeiro a agosto, o IBC-BR registra quatro meses de alta e quatro de queda. Em 12 meses, até agosto, o indicador registra crescimento de 2,08%.

Para o economista Eduardo Moreira, o governo “comprou” crescimento alto e inflação mais baixa, ambos falsos. “Ia durar poucos meses, (…) uma bomba-relógio que ia estourar depois das eleições. Pois bem, o negócio era tão frágil que está estourando antes”, afirmou, em vídeo na rede social.

A inflação oficial, medida pelo IPCA e pelo INPC, registrou queda nos três últimos meses, segundo o IBGE. Basicamente, pela súbita política de contenção de preços dos combustíveis, que não deve durar muito tempo. Hoje, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que o IPC-S teve aumento na segunda semana de outubro.

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O próximo resultado oficial do PIB, que vai incluir dados até o terceiro trimestre, será divulgado pelo IBGE em 1º de dezembro. Já a inflação deste mês sai no próximo dia 11 de novembro.

Superministro virou problema nas eleições

O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem esperança de que Jair Bolsonaro mantenha intocada a estrutura de sua pasta, caso vença o segundo turno das eleições. Por ora, contudo, Guedes prefere não comprar briga com o presidente.

O problema é saber se Bolsonaro e seu núcleo mais próximo, composto por seus filhos, concordam. Isto, porque, segundo diversos veículos de imprensa, a família estaria bastante insatisfeita com o papel de Guedes na eleição.

Os coordenadores da campanha culpam Guedes por resistir a adotar medidas econômicas que, na sua avaliação, poderiam melhorar o desempenho de Bolsonaro nas pesquisas de intenção de votos e pavimentar o caminho de sua reeleição.

Um exemplo seria o embate, em meados do ano, entre Guedes e a campanha em torno de subsídios temporários que reduziriam os preços dos combustíveis, tema sensível para a base bolsonarista e a classe média.

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Na última sexta (14), em comício em Minas Gerais, Bolsonaro voltou a prometer a recriação do Ministério da Indústria e Comércio, caso se reeleja, e a nomeação de um mineiro para comandá-lo. A antiga pasta hoje é uma secretaria do Ministério da Economia.

Com RBA e Money Times

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