ELEIÇÕES 2022

Compare as pesquisas CNT/MDA divulgadas hoje e na véspera da eleição em 2018

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A pesquisa CNT/MDA divulgada 1 dia antes do primeiro turno da eleição de 2018 apresentou o caminho que seria revelado no dia seguinte, quando as urnas se abriram. O levantamento de hoje, véspera da disputa de 2022, ajuda a decifrar como poderá ser o resultado de amanhã. Confira a análise

A mais nova pesquisa CNT/MDA para a Presidência da República foi divulgada na manhã deste sábado (01/10). Há quatro anos, o instituto também divulgou um levantamento na véspera do primeiro turno, em 6 de outubro de 2018. Observe a comparação dos números.

Os votos válidos da pesquisa de hoje são:

Lula (PT): 48,3%
Bolsonaro (PL): 39,7%
Ciro (PDT): 4,9%
Tebet (MDB): 4,7%
Demais candidatos somados: menos de 2%

A pesquisa daquele sábado de 2018 apresentou o seguinte resultado nos votos válidos:

Jair Bolsonaro: 42,6% (nas urnas, teve 46,03%)
Fernando Haddad: 27,8% (nas urnas, teve 29,28%)
Ciro Gomes: 11,5% (nas urnas, teve 12,47%)
Geraldo Alckmin: 6,7% (nas urnas, teve 4,76%)

Na pesquisa da véspera da eleição de 2018, os votos somados de João Amoêdo, Marina Silva, Álvaro Dias, Guilherme Boulos, Cabo Daciolo e Henrique Meirelles totalizavam 11,1%. Quando as urnas se abriram no domingo, todos esses candidatos somados receberam 7,2% dos votos.

Aquela pesquisa disse ainda que 90% dos eleitores de Haddad e 90% dos eleitores de Bolsonaro estavam ‘totalmente decididos’ sobre o voto, enquanto o percentual de eleitores de Ciro decididos era 67%.

Na pesquisa de 2022, divulgada hoje, 92% dos eleitores de Bolsonaro e Lula se dizem completamente decididos. A certeza de voto dos eleitores de Ciro é de 64%.

Em 2018, na pesquisa da véspera, a maior rejeição era de Fernando Haddad. Agora, o candidato mais rejeitado é Jair Bolsonaro. Indecisos eram 6% em 2018 e hoje são 4,3%, de acordo com o CNT/MDA.

Os números mostram que Bolsonaro foi o candidato que mais se beneficiou do chamado ‘voto útil’ em 2018. A maioria dos votos de Alckmin, Amoêdo, Marina, Meirelles e Daciolo migrou para ele.

No atual cenário, Lula (47,6%) é menos rejeitado do que Bolsonaro (54,4%) e tende a ser mais beneficiado pelo voto útil. No entanto, em 2022 há menos ‘votos úteis’ em disputa.

Se Lula conseguir a maior fatia dos 36% dos eleitores de Ciro que se dizem inclinados a mudar de voto, e também a maior parte dos inseguros que ainda declaram voto em Tebet, a eleição poderá ser definida no primeiro turno. Mas, além disso, o petista também precisará herdar alguma parcela dos 4,3% do eleitorado que ainda não sabe em quem votar amanhã.

Um outro fator determinante será a abstenção, que foi de 20,33% no primeiro turno da eleição de 2018 e, se crescer para além deste patamar, pode ser determinante para levar a disputa para o 2º turno, uma vez que o eleitor de classe social mais baixa (segmento em que Lula lidera com folga) é o que mais deixa de comparecer à urna.

A comparação entre as duas pesquisas CNT/MDA, com suas distintas particularidades e contextos, ajuda a decifrar as possibilidades para amanhã, mas reforça o entendimento de que essa é uma disputa que será definida por detalhes.

*Luis Soares é editor do Pragmatismo

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