Saúde

Caso Belly Palma: como salvar uma pessoa vítima de engasgo

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Modelo e ativista de moda inclusiva, Belly Palma morreu aos 29 anos após se engasgar. Estima-se que, anualmente, aconteçam cerca de 3 mil mortes em decorrência de engasgo no Brasil. Quando aplicadas prontamente, algumas manobras salvam vidas

Izabelle Palma Marques da Silva

Viva Bem

A modelo e ativista da moda inclusiva para pessoas com deficiência Izabelle Palma Marques da Silva morreu no último dia 29 de agosto, aos 29 anos, após se engasgar e sofrer uma parada cardiorrespiratória na sexta-feira (26).

De acordo com um comunicado publicado nas redes sociais, todos os primeiros socorros foram prestados à Belly Palma, como a influenciadora era conhecida. Além disso, ela foi levada ao hospital, onde ficou internada até ontem, quando foi constatada a morte encefálica, isto é, a completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro.

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Formada em administração de empresas pela FAAP e um dos nomes da lista Forbes Under 30, Izabelle Marques tinha uma má-formação na medula espinhal conhecida como mielomeningocele, um problema na formação da coluna vertebral que acontece nas primeiras semanas de gestação. Por causa da condição, também chamada de espinha bífida aberta, Belly usava cadeira de rodas e passou por mais de 35 cirurgias ao longo da vida.

Na maioria das vezes, engasgos cessam espontaneamente após segundos. No entanto, além de provocar tosse intensa e impedir a fala, a situação pode desencadear uma dificuldade para respirar que, se for severa, pode fazer com que a pessoa, por falta de oxigênio, tenha uma parada respiratória, desmaie e até morra. Estima-se que, anualmente, aconteçam cerca de 3 mil mortes em decorrência de engasgo no Brasil.

Como agir em situações de engasgo

O engasgo é uma manifestação do organismo para expelir um corpo estranho que seguiu por um “caminho errado” durante o ato de engolir. Um alimento ou objeto, por exemplo, pode descer a faringe e se entalar em áreas estreitas e membranosas do canal.

Quando o engasgo não cessa espontaneamente e há um agravamento, é fundamental a pronta assistência por parte das pessoas que testemunham a situação, além de encaminhamento imediato da pessoa para o hospital. Nesses casos, recomenda-se a chamada manobra de Heimlich, uma técnica de primeiros socorros utilizada em casos de emergência por asfixia que todos deveriam saber fazer.

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A manobra consiste em abraçar a vítima engasgada pelas costas, aplicando, com as mãos fechadas, uma pressão contrária na região abdominal conhecida por “boca do estômago”, de forma enérgica, súbita e repetida, para expulsar o fator obstrutivo. Se a vítima não for rapidamente socorrida, o índice de mortalidade pode chegar a 40%.

Caso o sufocamento ocorra em bebês, a premissa da manobra de Heimlich persiste, mas de forma adaptada. “A criancinha deve ser deitada de barriga por sobre a mão do cuidador, que deve pressionar o epigástrio (região superior e mediana do abdome), forçando a saída do corpo estranho. Em engasgos leves, deve-se inclinar a criança para frente e dar tapinhas”, recomenda Nelson Douglas Ejzenbaum, pediatra e neonatologista, membro da Academia Americana de Pediatria.

Algumas medidas também podem ser adotadas para evitar engasgos. Veja abaixo:

↘ Mastigue devagar;
↘ Não beba, ria ou fale enquanto come;
↘ Faça as refeições sentado;
↘ Corte bem e fracione os alimentos no garfo;
↘ Não engula comprimidos e cápsulas a seco;
↘ Trate eventuais problemas de saúde que possam estar por trás dos engasgos, como refluxo gastroesofágico e síndrome da apneia obstrutiva do sono;
↘ Cuidado com excesso de café, álcool, comida quente e tabagismo, que induzem inflamações, relaxamento e fechamento anormais das “válvulas” que temos localizadas no início e no final do canal alimentar.

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