Tragédia

Médica é encontrada morta em banheiro de hospital em Goiás; Polícia investiga

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Médica de 26 anos é encontrada morta em banheiro de hospital em Goiás. Conselho de medicina lamenta e Polícia diz que abriu investigação para identificar o que teria ocorrido

Jayda Bento de Souza

Uma médica de 26 anos foi encontrada morta por colegas dentro de um banheiro no Hospital Estadual Ernestina Lopes Jaime (HEELJ), em Pirenópolis (GO), no último sábado (25).

A informação foi confirmada pelo Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), que publicou uma nota lamentando a morte de Jayda Bento de Souza, formada pela Universidade Federal de Goiás (UFG). As causas ainda são investigadas.

“O Cremego se solidariza com a família, os amigos e os médicos goianos neste momento de dor”, concluiu um comunicado publicado nas redes da organização.

Amigos de Jayda também se manifestaram após o incidente.

“Triste que sua passagem neste mundo tenha sido tão breve, mas tenho certeza que você viveu intensamente e aproveitou cada minuto, foi uma pessoa incrível e amada, tanto que temo ser impossível encontrar outra amiga tão boa, leal, companheira e divertida como você sempre foi, pois ninguém se equipara à sua grandeza. Ter você ao meu lado foi um privilégio inenarrável, obrigada por ter sido tão Jayda!”, escreveu uma.

“Passei boa parte do dia lendo nossas conversas, ouvindo seus áudios e entendendo o quão intenso foi. Já pensei em escrever tanta coisa, mas nada do que eu colocar aqui vai conseguir traduzir o que realmente eu tô sentindo. (…) Eu só quero que o tempo seja legal com quem te amava e conforte sua família e principalmente seus pais. Pois aqui tá doendo entrar na nossa conversa e ver que no sábado, depois de 12:21, você não entrou mais”, lamentou outro.

“Eu te abracei tanto esses dias e tive a oportunidade de dizer que te amo. Saber que há 2 dias nós almoçamos juntas e agora você virou uma estrelinha, minha amiga! Vá em paz, nunca te esquecerei, te amo pra sempre”, declarou uma terceira.

A causa da morte da médica ainda não foi confirmada

A Polícia Civil de Goiás, está investigando a causa e se alguém deve ser responsabilizado pela morte de Jayda. De acordo com o delegado Tibério Martins, a vítima foi encontrada pelos colegas de trabalho, próximo ao horário em que deveria assumir o plantão na unidade.

“O pessoal abriu a porta do quarto [em que ela estaria] e ouviu a torneira ligada no banheiro. Bateram na porta, ela não respondia, então arrombaram e encontraram o corpo dela lá”, disse o delegado.

Ao lado de Jayda, segundo o delegado, havia um frasco de remédio e uma seringa. De acordo com ele, deve ser apurado o regime de trabalho da jovem no local, se há envolvimento de outra pessoa e se ela morreu em decorrência de um choque anafilático, uma reação alérgica grave que pode ser fatal.

Tibério Martins contou que estava indicado no frasco um tipo de anestésico, que “é usado para regulagem do sono”, mas que a confirmação de qual substância pode ter sido usada pela médica e com qual intuito são objetos da investigação e dependem de resultados de perícia.

Ao ser questionado se há suspeita de que a médica estaria com sobrecarga de trabalho, o delegado disse que a questão também será apurada.

“Sobre o horário de plantão, circulou essa informação [de que a médica estaria trabalhando há 60 horas direto] pelas redes sociais, mas o hospital já desmentiu esta carga horária. Em todo caso, será apurado o regime de trabalho dela no ambiente hospitalar. […] Nós não descartamos nada nesse sentido, se com o andamento das investigações for informado que esse medicamento era de uso frequente dos médicos, aí teremos mais essa linha para apurar”, explicou.

As linhas de investigações devem contar com trabalho da Polícia Técnico-Científica para esclarecer o que realmente levou à morte da médica.

Com Uol e Yahoo

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