Política

Briga de cassados: Arthur do Val e Boca Aberta protagonizam cenas bizarras em Londrina

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Cassados e inelegíveis por oito anos: Arthur do Val e Boca Aberta brigam no meio da rua no Paraná. Cenas constrangedoras provocaram reações nas redes: "Torço pela briga"

O ex-deputado federal Emerson Miguel Petriv (PROS-PR), conhecido como Boca Aberta, cassado pelo TSE (Tribunal de Superior Eleitoral) em 2021, brigou com o ex-deputado estadual Arthur do Val durante uma manifestação do MBL (Movimento Brasil Livre) nesta quarta-feira (28) em Londrina, no Paraná. Do Val registrou um boletim de ocorrência contra Boca Aberta após o ocorrido.

Nas imagens (vídeo abaixo), é possível ver membros do MBL (Movimento Brasil Livre) cobrando Boca Aberta com uma “nota fiscal do povo”. O ex-parlamentar desce de um caminhão, com microfone na mão, e diz: “tira a mão de mim”.

Petriv começa a narrar a cobrança, chama o MBL de “Movimento Bosta Livre”, e Do Val de “Mamãe Caguei”. Os integrantes do Movimento Brasil Livre riem da situação até que Boca Aberta derruba o celular de um deles – é quando a confusão generalizada começa. “Você merece levar tapa na cara, rapaz”, diz Boca Aberta a Mamãe Falei, enquanto dá um tapa no ex-deputado.

Do Val justificou o encontro dizendo que a família de Boca Aberta é hipócrita, e que o ex-deputado federal é “um típico populistão”. O ex-deputado estadual criticou um projeto de Lei apresentado por Boca Aberta, que propõe que carros alugados com dinheiro público tenham um adesivo informando a condição. Porém, Do Val disse que o filho dele, Boca Aberta Jr, aluga um veículo por R$ 8 mil por mês e já gastou mais de R$ 390 mil com isso.

Segundo Arthur do Val, por conta de uma denúncia feita pelo líder do MBL no Paraná, João Bettega, ao Ministério Público, o ex-deputado federal teria feito uma “falsa acusação de estrupro” contra ele. De acordo com Mamãe Falei, os acusadores usaram “um boletim de ocorrência de outra matéria” e fizeram uma montagem.

“Nós fomos atrás dele, foi isso que nós fizemos. Para questioná-lo. E eu vou mandar um recado para todo político dessa laia, do Brasil inteiro: ‘não ache que você vai calar a gente, você não vai calar. Muito pelo contrário, isso dá mais força para a gente continuar fazendo o que a gente tem feito'”, disse Arthur do Val, em vídeo publicado no YouTube.

Já Boca Aberta fez um vídeo dizendo que teria sido agredido. Segundo o ex-deputado, Arthur do Val teria entrado acompanhado de outras pessoas no “gabinete da família Boca Aberta” para ameaçá-los, e foram retirados do local “escorraçados”.

“Vieram aqui ameaçar a família Boca Aberta. Um dos integrantes da quadrilha, que vieram aqui, estava armado […] me acuaram os quatro, invadiram aqui o caminhão, junto com o Mamãe Falei, e ameaçaram eu e minha família. […] Uma gangue, deram fuga na hora que eu chamei a polícia pela rua de trás do gabinete”, disse.

Cassados

Cassado pelo plenário da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) em maio, e após ficar inelegível por oito anos, o ex-deputado Arthur do Val voltou à política como coordenador de campanha de Renato Battista, também membro do MBL (Movimento Brasil Livre). Pré-candidato a deputado estadual, Battista foi assessor de Mamãe Falei.

O ex-parlamentar passou a enfrentar o pedido de cassação após vazamento de áudios com comentários sexistas sobre as mulheres ucranianas. Do Val renunciou ao mandato em abril, no que foi visto por opositores como uma manobra para tentar evitar a continuidade do processo.

Boca Aberta, por outro lado, teve o diploma eleitoral cassado pelo TSE após um processo questionar o fato de o político ter concorrido ao cargo de deputado federal mesmo tendo sido cassado do cargo de vereador pela Câmara Municipal de Londrina (PR), em 2017, por quebra de decoro parlamentar. Assim como Do Val, ele ficou inelegível por oito anos.