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Bolsonaro bate novo recorde de gastos com cartão corporativo em ano eleitoral

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Farra com cartão corporativo: nova alta na fatura do cartão faz presidente bater recorde de gastos em relação a Dilma e Temer às vésperas de tentar reeleição

Os gastos de Jair Bolsonaro (PL) com o cartão corporativo aumentaram em 2022, às vésperas da campanha para as eleições de outubro, e chegaram a R$ 1,2 milhão por mês. A fatura média do cartão em 2019 era de R$ 736 mil. Em 2020, pulou para R$ 862 mil e, no ano passado, chegou a R$ 1,1 milhão mensal.

Bolsonaro tem viajado cada vez mais para inauguração de obras e realização de motociatas e tem participado de eventos de cunho religioso.

Na campanha de 2018, Bolsonaro criticava o uso do cartão corporativo de seus antecessores e prometia dar transparência aos gastos — o que não fez. Muito pelo contrário, o presidente tem ‘protegido’ suas ações com sigilo oficial de até 100 anos.

Em gestões passadas, os valores das despesas do cartão da Presidência eram totalmente divulgados no Portal da Transparência, mas no atual governo Bolsonaro impôs sigilo sobre a maioria dos gastos, como alimentação e transporte. O argumento é que são informações sensíveis da rotina presidencial e que a exposição pode colocar o chefe do Executivo em risco.

No primeiro ano de governo, Bolsonaro prometeu mostrar aos veículos de imprensa o extrato de seu cartão corporativo pessoal, mas até hoje não o fez.

“Eu vou abrir o sigilo do meu cartão. Para vocês tomarem conhecimento quanto gastei de janeiro até o final de julho. Ok, imprensa? Vamos fazer uma matéria legal?”, afirmou na época.

Para a Artigo19, ONG internacional que defende o direito à liberdade de expressão e acesso à informação, a falta de exposição dessa despesa abre margem para corrupção.

“O gasto com cartão corporativo é um gasto público como qualquer outro, de acordo com a Lei de Acesso à Informação e outras leis que regem o princípio da transparência. Essas informações deveriam ser públicas; não só a fatura, mas também o destino do dinheiro”, disse Júlia Rocha, coordenadora de acesso à informação e transparência da Artigo19.

A Transparência Internacional Brasil concorda e ainda levanta outro ponto. “A prática reiterada de não cumprimento estrito da obrigação legal de transparência reduz o ônus político e jurídico de descumprimento por governos futuros e, assim, reduz a possibilidade de que se sintam compelidos a adotar postura esperada pela lei”, avaliou o consultor sênior da entidade, Michael Mohallem.

BOLSONARO, TEMER E DILMA

Despesas até o mês de maio em ano eleitoral

— Dilma Rousseff em 2014 (4,8 milhões)
— Michel Temer em 2018 (2,8 milhões)
— Jair Bolsonaro em 2022 (6,1 milhões)

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