Mulheres violadas

Economista denuncia ex-secretário de Justiça: “Ele cuspia em mim”

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Mulher foi vítima de estupros recorrentes e contou detalhes da rotina de agressões: "ele cuspia em mim". Pedro Eurico foi indiciado por cinco crimes

Pedro Eurico e Maria Eduarda

A economista aposentada Maria Eduarda Marques de Carvalho denunciou a violência doméstica que sofreu do ex-marido, o ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico. Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, ela disse que foi agredida e estuprada várias vezes. “Ele cuspia em mim. Eu chorava”, contou.

Ao ser questionada qual era a pior parte do relacionamento, que durou 25 anos, ela relatou ter sido estuprada. “O estupro. A violência sexual. Ele me forçar a ter relações na hora que quisesse. Várias vezes […] Eu chorava”.

Eurico deixou o cargo na semana passada. Ele ainda é presidente do Conselho Nacional de Secretários de Justiça e era integrante do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária até o último dia 4 de novembro. Antes, foi deputado estadual de Pernambuco por cinco mandatos.

Maria Eduarda afirmou que chegou a fazer nove boletins de ocorrência contra o ex-marido ao longo do casamento, mas que retirava a denúncia pouco tempo depois com documentos formulados por Eurico.

“Ele dizia tranquilamente para mim que eu não ia conseguir isso [me separar], que não ia me deixar em paz, que ia ser pior, que ele podia não me matar, mas matar um filho meu. [Dizia] que ia acontecer um acidente comigo e que ia parecer um acaso”, recordou.

Segundo a reportagem, o inquérito policial contra ele foi concluído nesta semana e enviado ao Ministério Público. O ex-secretário é indiciado por cinco crimes: lesão corporal, estupro consumado e tentado, violência psicológica, perseguição e descumprimento de medida protetiva.

Em vídeo enviado à TV Globo, Eurico negou o relato de Maria Eduarda e disse se tratar de uma “manipulação” para tentar destruir a imagem dele, e que tudo se resume a uma ação de divórcio em que se discutem bens.

A economista refutou as declarações. “Lamentável. Somos casados com separação de bens, quando casamos já tinha minha casa própria e independência financeira”, disse ela ao Fantástico.