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Carlos Bolsonaro apaga post sobre propina a Valdemar Costa Neto

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Carlos Bolsonaro apaga post sobre Valdemar Costa Neto após pai confirmar ida para o PL. Internautas ironizaram: "Apagou, mas o print é eterno"

Imagens: Twitter de Carlos Bolsonaro

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) parece ter reservado a segunda-feira (8) para revisar antigos tuítes que possam comprometer o futuro político do pai, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Poucas horas após a notícia de que o chefe do Executivo, seu pai, decidiu se filiar ao Partido Liberal (PL), o parlamentar apagou uma postagem em que compartilhou uma notícia sobre um esquema de propina que envolvia o presidente da sigla, Valdemar da Costa Neto.

O tuíte havia sido postado às 23h47 do dia 27 de abril de 2016, e compartilhava uma notícia publicada pela extinta revista Época com o seguinte título: “Exclusivo: Delator aponta propina de 3,5% para PR e Valdemar Costa Neto nos contratos de Furnas”.

A postagem foi localizada por usuários do Twitter pouco tempo depois do anúncio da filiação e, quando ele foi apagado, o apelido de Carlos Bolsonaro dado pela oposição — Carluxo — virou um dos assuntos mais comentados da rede social.

Imagem: Twitter

Internautas e adversários do filho 02 recordaram a postagem

Alguém sabe por que o Carluxo Bozonaro apagou esse tweet? Deve ter sido por engano, com certeza! Avante Bolsolão contra a corrupção!”, disse um usuário. “Bolsonaro vai pro PL, se unirá a um dos maiores corruptos da história do Brasil, Valdemar Costa Neto. Carluxo ate apagou críticas que fazia ao partido e ao Valdemar. Panos não faltarão pra seita bolsonarista”, criticou outro perfil.

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Até mesmo o deputado federal Kim Kataguiri, ex-aliado da família Bolsonaro, criticou a ação. “E apagou o tweet por que, Carluxo? Por acaso agora que seu pai vai pro partido do mensaleiro, ele deixou de ser criminoso?”, disse o parlamentar.

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Preso, mais cacique do Centrão

Preso no esquema do Mensalão, Valdemar Costa Neto é apontado como um dos principais caciques do Centrão, bloco de partidos que comanda grande parte da articulação política do governo.

A associação de Bolsonaro com o partido de Costa Neto é vista como um golpe à bandeira anticorrupção defendida pelo chefe do Executivo, assim como pelos filhos que atuam como parlamentares.

Durante a campanha nas eleições de 2018, Jair Bolsonaro prometeu que não se envolveria em esquemas de corrupção como ocorreu “em governos anteriores”, além de afirmar que trabalharia para enrijecer os mecanismos que desvendassem casos do tipo.

No entanto, a agenda anticorrupção não avançou no governo do presidente. Em junho, o Brasil foi o país que mais caiu em um ranking latino-americano que mede a capacidade de cada nação combater a corrupção, o Índice de Capacidade de Combate à Corrupção, elaborado pela entidade americana Américas Society/Council of the Americas (AS/COA).

A entidade justifica a queda pelo “desmantelamento da operação Lava-Jato em fevereiro deste ano” e a nomeação de “pessoas percebidas como menos independentes para o comando da Polícia Federal e do Ministério Público Federal”.

Filiação de Jair Bolsonaro

Em entrevista nesta segunda-feira (8) ao repórter Leandro Magalhães, da CNN Brasil, Bolsonaro afirmou que sua filiação ao PL está “99% fechada”. “A chance de dar errado é quase zero. Está tudo certo”, afirmou o atual chefe do Palácio do Planalto.

Em 2018, antes da eleição, Bolsonaro fez questão de se desvencilhar do dirigente do partido, Valdemar Costa Neto, quando Magno Malta (então no PR, antigo nome do PL) era cotado para ser seu candidato a vice-presidente.

Valdemar Costa Neto, já condenado no Mensalão, já foi citado… ou melhor, citado não, estão bastante avançadas as citações dele no tocando à Lava Jato… Qual partido não tem gente com problema? Eu converso com o Magno Malta.”

Vídeo em que o presidente se defende da relação com Costa Neto, “mais uma mentira forçada dos canalhas”, nesses termos, foi publicado por Carlos Bolsonaro nas redes sociais em 2018 e apagado ontem.

Em outro tweet, este do próprio Bolsonaro, ele se mostra indignado pela associação a Costa Neto. “A imprensa mente ao publicar que estive com Valdemar. Diz que aceno para corruptos e condenados. A que ponto chegarão?”.

Com Correio Braziliense, Metrópoles e Estadão

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