Barbárie

Menino autista é resgatado em galinheiro sem água e sem comida

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Criança autista vivia em galinheiro sem água, sem alimentação e em condições de higiene desumanas. O menino apresentava diversos ferimentos e equimoses no corpo. “Era submetido a um intenso sofrimento físico e psicológico”, diz delegado

(Imagens: Polícia Civil-RJ)

Um menino de 8 anos, autista, foi resgatado pela polícia na Baixada Fluminense com sinais de maus-tratos. Ele era mantido em um cubículo, numa espécie de galinheiro ou canil, era dopado constantemente, e vivia sem água e comida, segundo a polícia. A mãe e a avó materna da criança foram presas em flagrante na segunda-feira (17).

A criança foi achada em uma casa na comunidade Gogó da Ema, em Belford Roxo, após denúncias de vizinhos. Segundo os moradores, a criança vivia em um espaço com menos de 2 metros quadrados e passava horas sem ser alimentado e com sede – no resgate, ele se mostrava desnutrido e com quadro de inanição.

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Segundo o delegado Alexandre Neto, que acompanhou o caso, o menino era mantido isolado.

A criança era mantida em cárcere privado, isolada das demais crianças, sem água, sem alimentação. Foi encontrada suja, mal asseada, sem nenhuma condição, num local totalmente desumano. Na verdade, era um galinheiro que foi adaptado para colocar essa criança em cárcere, separada das demais”.

A criança foi encontrada com ferimentos e equimoses de idade diversa, o que revela que essa criança vinha sofrendo maus-tratos há um bom tempo. Caracteriza, com certeza, a síndrome da criança espancada, o que demonstra que não era simplesmente maus-tratos, mas a criança era submetida a um intenso sofrimento físico”.

A avó relatou à polícia que a criança ficava poucas horas no local.

“Mas sempre com um discurso inconsistente e incongruente, e que elas (a mãe e a avó) precisavam trabalhar. Mas isso não se justifica”.

A ação foi coordenada pela 54ª DP (Belford Roxo) em conjunto com o Conselho Tutelar de Belford Roxo.

A decisão, que converteu para preventiva a prisão da dupla, expedida pelo juiz Rafael Almeida Rezende, da 1ª Vara Criminal de Belford Roxo, diz que o menor chegou ao hospital fraco, desnutrido, com falhas no cabelo, cicatrizes arredondadas, dentes escuros e em estado de pânico, por ter sido submetido a intenso sofrimento físico e mental”.

“Os atos foram dirigidos com o fim de produzir sofrimento intenso à criança, já abandonada pela mãe, sendo ela trancada, ficando vários dias sem comer, não cabendo falar-se em meros maus tratos”.

Além do menino, outros três irmãos com idades entre 3 e 10 anos estão sob cuidados do Conselho Tutelar.

Devido às lesões e ao estado de saúde, o menino foi levado para atendimento médico e está internado sob cuidados de uma equipe multidisciplinar. O estado de saúde dele é delicado, segundo a polícia.

Segundo a polícia, além do cárcere privado, a mãe e a avó do menino também foram indiciadas pelo crime de tortura e podem ser condenadas até 15 anos de prisão.

Com G1 e Uol

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