Barbárie

Cineasta é esquartejado pelos pais em Teerã por ser solteiro

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Diretor de cinema foi morto depois de uma discussão com o pai, que não aceitava o fato de o filho ter 47 anos e não ser casado

Babak Khorramdin (Imagem: Rokna News)

O corpo de um cineasta iraniano chamado Babak Khorramdin foi encontrado depois que ele foi supostamente morto e esquartejado por seus pais em Teerã, capital do Irã. Ele foi vítima de crime de honra depois de brigar com o pai sobre sua condição de solteiro.

O chefe do Tribunal Criminal de Teerã, Mohammad Shahriari, disse que o pai de Khorramdin confessou ter sedado e matado seu filho, antes de cortar seu corpo e deixá-lo no lixo. As partes do corpo foram encontradas em sacos de lixo e malas em Ekbatan, oeste de Teerã, onde morava a família, neste domingo (16).

O casal esteve nesta quarta (19) em um tribunal de Teerã para prestar informações às autoridades.

A polícia iraniana disse que mais evidências do assassinato foram encontradas na casa de sua família. Citado no Arab News, seus pais foram presos.

Segundo informações do jornal inglês Mirror, ele foi morto depois de uma discussão com o pai, que não aceitava o fato de o filho ter 47 anos e não ser casado.

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O jornal afirma que o pai do cineasta confessou o assassinato. Teria anestesiado e matado o filho com golpes de faca, antes de esquartejar o corpo.

A agência de notícias iraniana Tasnim News divulgou em seu perfil no Twitter um vídeo de quando o casal esteve num tribunal de Teerã. O pai aparece algemado e diz que não tem remorsos e não se sente culpado.

Khorramdin estudou na Universidade de Teerã em 2009 com um mestrado em cinema e se mudou para Londres um ano depois. Desde 2010 vivia em Londres. Ele voltou ao país natal para para visitar seus pais e ensinar cinema a seus compatriotas.

Apesar de uma lei de proteção aprovada em 2020 no Irã, os crimes de honra e a violência doméstica continuam.

“Esta é uma área que a comunidade internacional precisa enfrentar com o Irã”, disse o analista e editor do Oriente Médio da TV Irã Internacional, Jason Brodsky.

Brodsky afirma que a morte horrível de Babak Khorramdin é apenas o exemplo mais recente de um longo padrão de violência doméstica que costuma ser visto no Irã. “Isso segue a trágica morte de Ali Fazeli Monfared, que foi assassinado por parentes depois que eles descobriram que era homossexual. Sem falar no caso no ano passado de Romina Ashfrafi, uma garota de 14 anos que foi decapitada pelo pai em uma homenagem matando“, disse ele.

Em declarações às autoridades do Irã, os pais de Khorramdin confessaram que também assassinaram e desmembraram a filha e o genro do casal, há 3 e 10 anos, respectivamente.

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