Saúde

Jovem que morreu após cirurgia plástica de 6 horas teve Covid recentemente

Share

Jovem realizou lipoescultura com enxerto de gordura em glúteo, abdominoplastia e correção de cicatriz na mama. No quarto após a longa cirurgia, Eliza se queixou de falta de ar e teve uma parada cardíaca. Assessoria jurídica do médico Alexandre Veloso divulgou nota

Eliza da Silva

A vendedora Eliza da Silva, de 27 anos, morreu no dia 14 de abril horas após realizar uma cirurgia plástica de longa duração em Cuiabá (MT). A jovem fez uma lipoescultura com enxerto de gordura em glúteo, abdominoplastia e correção de uma cicatriz na mama decorrente de um procedimento anterior realizado com outro médico.

A cirurgia da paciente foi realizada das 8h às 14h. Após este horário, ela não teria apresentado complicações e foi levada ao quarto. Às 19h, a jovem se queixou de falta de ar. O médico de plantão solicitou exames, que não mostraram nenhuma alteração em seu quadro clínico.

Às 20h, o médico Alexandre Veloso, responsável pela cirurgia, esteve com a jovem e concluiu que ela não havia tido mais falta de ar e permanecia com os parâmetros vitais estáveis. Por volta da meia noite, Eliza apresentou uma instabilidade em seu quadro e teve uma parada cardíaca.

Covid-19

A família de Eliza informou que ela testou positivo para a Covid-19 há 22 dias. Em uma publicação recente nas redes sociais, o médico Alexandre Veloso falou sobre o tempo que uma pessoa acometida pelo coronavírus precisa esperar para fazer um procedimento cirúrgico.

De acordo com o médico, pacientes que tiveram ‘sintomas leves’ da Covid-19 devem aguardar pelo menos 1 mês para serem submetidos a uma cirurgia. “Nos casos de pacientes que tiveram sintomas fortes, deve-se esperar seis semanas, enquanto quem é diabético deve aguardar de 8 a 10 semanas”, acrescenta.

No post, o cirurgião alerta: “O ponto mais crítico está relacionado à ANESTESIA, pois o vírus causa alterações ventilatórias que podem dificultar o procedimento anestésico”.

A assessoria do médico Alexandre Veloso disse que ele se recusou a fazer a cirurgia quando Eliza testou positivo. No entanto, após novos exames apontarem que ela não tinha mais a doença, a cirurgia foi marcada.

Uma amiga de Eliza informou que, durante a consulta, o cirurgião Alexandre Veloso constatou que ela tinha uma arritmia cardíaca, mas mesmo assim optou por realizar o procedimento.

O cirurgião rechaça a informação. Em nota, ele disse que “a paciente realizou todos os exames necessários e os mesmos não apresentaram nenhuma anormalidade. Portanto, a paciente estava apta ao procedimento e, assim, foi liberada para realizá-lo”.

Mãe desabafa

A mãe de Eliza publicou um desabafo nas redes após a morte da filha. “Meu amor, minha filha deixou meu coração em pedaços”.

Um parente de Eliza disse que ela ainda segurou a mão de sua mãe durante o pós-operatório. “Não me deixa morrer, estou com falta de ar”, teria dito.

Eliza deixa duas filhas, uma de 8 e outra de 6 anos.

O médico Alexandre Veloso