Homofobia

Anderson Molejo chama jovem de “veado” e diz que “jeito dele” motivou o ato sexual

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Em live, Anderson do Molejo usa termos pejorativos para se referir ao jovem que o acusa de estupro. O cantor diz que o “jeito como ele se portava e se vestia” teriam contribuído para que acontecesse o ato sexual, que ele afirma ter sido consensual

Anderson, do Molejo

O cantor Anderson Leonardo, 48, do grupo Molejo, usou termos pejorativos durante uma live para se referir ao jovem de 21 anos que o acusa de estupro.

Na live, o cantor chama o dançarino de “veado” e diz que o jeito como ele se portava e se vestia teriam ajudado para que acontecesse o ato sexual, que o cantor diz ter sido consensual.

“Comi? Comi. Estuprei? Não. Comi, com consenso. O veado [sic] estava colocando cada roupa colorida, aquele ‘bagão’ [sic] na frente, grande para c*, e com o maior bundão. Eu falei: ‘Compadre, vou botar no c* dele logo para acabar com essa p****. Botei no c* dele. Pensei que estava até apaixonado pelo c* dele. Mas depois que comi o c* dele, com consentimento, normal…”

Neste momento, o cantor para o depoimento e afirma que não está tentando se prejudicar ou criar provas contra si próprio. “Eu não preciso estuprar ninguém, não. Não preciso”. O jornalista Betoh Cascardo, que participava da live, parece concordar com o cantor.

Para justificar o ato, Anderson afirmou que estava em uma fase sensível porque tinha terminado recentemente um relacionamento, e que acabou se encantando.

“Eu tinha terminado um relacionamento e o menino faz uma tatuagem para você? O cara está ali te encantando. Quando começa a te encantar, você não vê cara, bolso, nada. Você só vê uma pessoa. O que acontece? Aconteceu. Entendeu?”.

“Quer falar que sou gay? Pode falar. Sou gay, bi, tri, hepta… Não estou nem aí. Como diz a música: ‘eu quero amor, não quero cilada’”, disse.

Após a live, o ativista LGBT Agripino Magalhães afirmou que entrará com um processo contra o cantor por ‘homofobia’ por conta dos termos pejorativos utilizados por ele no vídeo.

Advogada de defesa

A advogada da vítima divulgou uma nota nas redes sociais a respeito do caso.

“Venho, por meio desta nota, comunicar que assumi a defesa da vítima homossexual Maicon Douglas Nascimento, conhecido como MC Maylon, na denúncia de estupro e assédio sexual contra o cantor supostamente heterossexual Anderson Leonardo, vocalista do Grupo Molejo.

Diante da incontestável prova pericial apresentada à Polícia Civil pela vítima, o cantor entrou em contradição negando o que o mesmo havia comunicado em nota à imprensa publicada no dia 04/02/2021 e admitiu que houve a conjunção carnal (introdução do pênis e ejaculação no ânus da vítima).

Meu cliente vinha sofrendo diversos ataques nas redes sociais por pessoas que duvidavam de sua versão e o acusavam de oportunismo e que agora começam a acreditar na veracidade de seu relato.

O cantor aposta na prática comum de desmerecer a vítima como tese de defesa em crimes sexuais, como vocês acompanharam recentemente nos casos da modelo Mariana Ferrer e das atrizes Dani Calabresa e Duda Reis. A proximidade que os dois mantiveram após o crime se deu em razão de motivos profissionais, nas promessas de gerenciamento artístico da carreira do jovem MC.

No ensejo, repudio qualquer tentativa de imputação de chantagem à vítima ou à sua genitora, a empresária e mãe de santo, Jupira Pinto Nascimento. Mais uma cilada na estratégia torpe de defesa para tentar desmoralizar a vítima”.

VÍDEO DA LIVE:

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