Saúde

Planalto impõe sigilo de 100 anos a cartão de vacina de Bolsonaro

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Com a medida, as pessoas que saberão se Bolsonaro tomou a vacina ainda nem nasceram ou estão engatinhando. Segundo a Presidência da República, sigilo se faz necessário porque "diz respeito à intimidade, honra e imagem" do presidente

Bolsonaro (Imagem: Sérgio Lima/Poder360)

O Palácio do Planalto decretou sigilo de até 100 anos ao cartão de vacinação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a informações sobre as vacinas que o presidente recebeu. As informações são do jornalista Guilherme Amado, da Revista Época.

A reportagem da Época fez o pedido para acessar o cartão de vacinas do presidente por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). Ao justificar o sigilo de até um século, a Presidência respondeu que os dados “dizem respeito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem” do presidente.

Bolsonaro tem questionado a eficácia e a segurança dos imunizantes contra a Covid-19 e dito que não vai se vacinar. “Não vou tomar a vacina e ponto final. Se alguém acha que a minha vida está em risco, o problema é meu e ponto final”, afirmou ele em 15 de dezembro.

Dias depois, ele questionou os efeitos colaterais no imunizante. “Lá na Pfizer, tá bem claro lá no contrato: ‘nós não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral’. Se você virar um chi… virar um jacaré, é problema de você, pô. Não vou falar outro bicho, porque vão pensar que eu vou falar besteira aqui, né? Se você virar super-homem, se nascer barba em alguma mulher aí ou algum homem começar a falar fino, eles não têm nada a ver com isso. Ou, o que é pior, mexer no sistema imunológico das pessoas”, disse.

O chefe do Executivo, que contraiu o vírus em julho, realizou exames nos meses anteriores para detectar a infecção, porém se recusou a mostrá-los. Em 13 de maio os resultados foram divulgados após determinação do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Bolsonaro não é apenas um crítico das vacinas, mas um defensor de remédios que não possuem eficácia contra a Covid-19, como a cloroquina e o ivermectina.

Nesta quinta-feira (7), o Instituto Butantan revelou que a CoronaVac tem 78% de eficácia para casos leves de coronavírus e é 100% eficaz contra casos graves e moderados. Um vídeo emocionante do momento da descoberta dos dados foi divulgado aqui.