Mulheres violadas

Onde estavam os atiradores de elite no sequestro de Mayara Fernandes?

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Dezenas de imagens comprovam que a vida de Mayara Fernandes poderia ter sido salva. Cercado por mais de 50 policiais, helicóptero e rifles de longo alcance, o PM assassino ficou completamente exposto em diversos momentos e chegou até a sair do carro

O policial militar de Resende (RJ) que matou a tiros a ex-namorada Mayara Pereira de Oliveira Fernandes, de 31 anos, foi identificado como o cabo Janitom Celso Rosa Amorim. A mulher havia acabado o relacionamento com ele há pouco tempo.

Mayara, que morava em Volta Redonda, era aluna do curso de pós-graduação da área de Odontologia no Centro Universitário da Fundação André Arcoverde (FAA), em Valença (RJ), onde o sequestro seguido de morte foi registrado na manhã desta sexta-feira (27).

Além de revolta e tristeza, o feminicídio de Mayara gerou uma série de questionamentos nas redes sociais. Isso porque as dezenas de imagens que registraram o crime mostram que Janitom poderia ter sido abatido pelas forças de segurança antes de tirar a vida da vítima.

“O PM Janitom matou a vítima, levantou as mãos e foi preso; não foi agredido, não colocaram o joelho nas suas costas, nem pro chão ele foi e muito menos alvejado. É difícil acreditar que um helicóptero mais 100 policiais treinados, preparados, não consigam cercar um carro, que tem milhares de pontos cegos e alvejar o meliante.”, questionou um internauta.

“O atirador de elite só é utilizado em favelas. Nesse caso, não faltou oportunidade. As imagens são bem explícitas e não precisaria atirar na cabeça”, observou outro.

“A polícia esperou ele matar ela, é isso mesmo? Por que será que não mataram ele? Corporativismo? Amigos de farda? Ou simplesmente porque ele não é negro? Matar branco assim é contra os bons costumes”, afirmou mais um.

Entenda o caso

Janitom Celso Rosa Amorim, de 39 anos, deu um tiro na boca da ex-namorada Mayara Pereira de Oliveira Fernandes, de 31 anos. O feminicídio ocorreu no estacionamento do campus do Centro Universitário de Valença, após mais de 2 horas de negociação.

Mayara foi socorrida pelo Samu e levada ainda com vida para o Hospital Escola da cidade. Segundo os bombeiros, que ajudaram no resgate, a jovem teve quatro paradas cardíacas no hospital. A morte foi confirmada pela Polícia Militar. Ela morava em Volta Redonda e trabalhou há alguns anos em um consultório de odontologia em Resende.

O sequestro começou por volta das 10h30. Segundo a universidade, equipes de segurança viram os dois discutindo dentro do carro e, ao notar que o homem estava armado, chamaram a polícia.

A tentativa de negociação contou com policiais civis e militares. Uma equipe da Unidade de Intervenção Tática (UIT) do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) chegou ao local de helicóptero para ajudar no trabalho.

Em nota, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que os policiais seguiram os protocolos das ocorrências com refém.

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