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Inspetora de polícia descumpre regra em pousada e agride funcionária

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A PM foi chamada mas se recusou a atender a ocorrência por se tratar de uma policial civil. Governador do Ceará pediu apuração imediata do caso. Novo vídeo mostra a confusão completa

Uma policial hospedada em uma pousada de Jericoacoara, no litoral do Ceará, agrediu uma funcionária do local no último sábado após descumprir uma regra do estabelecimento comercial.

Em um vídeo que circula nas redes sociais, a policial aparece andando pelo espaço enquanto é filmada pela funcionária. De acordo com proprietária da pousada, Antônia Maria de Sousa, a confusão começou na parte interna, quando a funcionária teria pedido para a hóspede, que apresentava sinais de embriaguez, colocar a máscara.

A mulher se identificou como inspetora da polícia civil, colocou a máscara e começou a xingar a funcionária que filmava a confusão.

A dona da pousada afirma também que a policial insistia em usar a piscina da pousada com amigos que não estavam hospedados, o que contraria as normas do estabelecimento.

Ela disse ainda que policiais foram chamados, mas teriam se recusado a atender a ocorrência por se tratar de uma policial civil. Em nota, a PM confirmou que não houve condução dos envolvidos à delegacia e que a inspetora negou ter agredido a funcionária.

“Os policiais disseram que não iam levá-la para a delegacia, e eu fui saber o porquê. Me disseram que, se quisesse, a gente que chamasse um táxi para ir até a delegacia. O policial militar me jogou no chão e me chutou dizendo que não era meu empregado. Ainda pegou meu celular e jogou dentro da viatura”, contou Antônia.

A polícia confirma o procedimento. “Não houve condução dos envolvidos à delegacia. Apenas o aparelho celular da dona da pousada foi apreendido e apresentado à autoridade policial na Delegacia Regional de Camocim”, diz a corporação, em nota. A polícia se justificou dizendo “não ter vislumbrado situação de flagrante delito”.

No vídeo, a funcionária afirma que a hóspede está embriagada e que não está respeitando os regulamentos da pousada. Neste momento, a policial se vira e agride a funcionária com um tapa, derrubando o celular da trabalhadora. A filmagem é interrompida, mas a gravação do áudio continua, e é possível ouvir a hóspede gritando e pedindo para não ser filmada.

Em nota, a Polícia Civil do Estado do Ceará informou que a Delegacia Municipal de Jijoca de Jericoacoara está investigando o caso.

Já a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) disse ter determinado a imediata apuração dos fatos na seara administrativa disciplinar.

Uma lei em vigor no estado do Ceará obriga o uso de máscara em locais públicos e privados, com multa de R$ 100 em caso de descumprimento.

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), pediu apuração imediata do caso. Em uma rede social, o governador disse que todos os policiais envolvidos em atos ilícitos devem ser processados e, quando culpados, punidos segundo a lei.

Repercussão

Nas redes sociais, o caso repercutiu. “O pior é o corporativismo, a prevaricação. O que a gente tem visto são muitos policiais se comportando como milicianos, não obstante a importância da Instituição PM. A sociedade sofre nas mãos de maus policiais. Agressões covardes, até tortura, execuções, subjugamentos, humilhações. Possuem armas, poder para nos defender, nos livrar do mal, atuarem em nosso benefício; entram na corporação prometendo isso. Basta ter farda, carteira e uma arma para atacarem a população, se colocando acima da lei, acima de todos. São diárias as imagens de agressões e desrespeito da Polícia Militar”, escreveu um internauta.

“A inspetora de polícia achou que por ser policial não deveria se submeter a uma regra geral, aplicável a todos os hospedes. Entrou num estabelecimento privado e deu “carteirada” porque se acha superior. Alguns servidores públicos se acham pertencentes a uma casta privilegiada, se consideram intocáveis, inalcançáveis: a inspetora acha que as leis e regras não valem p/ ela, e a gente vê sempre coisas desse tipo, sendo o último exemplo o do Desembargador do TJ do Rio(mau servidor), que perguntou a um bom servidor se ela sabia com quem estava falando, quando cobrado pelo uso da máscara”, publicou outro.

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