América Latina

Enquanto Bolsonaro tributa livros, Fernández tenta tributar grandes fortunas

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Governo da Argentina envia ao parlamento proposta de novo imposto sobre grandes fortunas. O tributo será cobrado uma única vez como forma de arrecadar dinheiro para custear programas sociais e obras pós-pandemia. Imposto deve recair sobre pessoas com patrimônio acima de R$ 15 milhões

Alberto Fernández (reprodução)

O governo da Argentina enviou na sexta-feira, 28, um projeto de lei ao Congresso para taxar grandes fortunas. O objetivo é arrecadar 300 bilhões de pesos (cerca de R$ 21 bilhões) por meio de um imposto extraordinário, que deve recair sobre aproximadamente 12.000 argentinos que têm acima de 200 milhões de pesos (R$ 15 milhões) em patrimônio.

O imposto seria aplicado apenas uma vez e foi apresentado pelo deputado Carlos Heller e pelo líder do partido governista Frente de Todos na Câmara, Máximo Kirchner, filho da ex-presidente e atual vice Cristina Kirchner.

Em comunicado, o partido Frente de Todos informou que o valor arrecadado com o imposto será usado para “comprar equipamentos de saúde para enfrentar a pandemia, apoiar as pequenas e médias empresas com subsídios e créditos e desenvolver bairros populares com obras que empregam os moradores”.

O governo também disse que quer usar o imposto para realizar obras, equipar a petrolífera estatal YPF para produzir e distribuir gás natural e pretende ainda financiar o relançamento de um plano que concede subsídios a jovens estudantes.

Na semana passada, o presidente da Argentina Alberto Fernández anunciou o congelamento das tarifas de internet, TV a cabo e celular até o final do ano. O governo já congelou os preços de mais de 2.000 outros bens de consumo e tentou nacionalizar o maior comerciante de soja do país.

“Enquanto no Brasil Bolsonaro tributa livros, lá Alberto Fernández tenta tributar grandes patrimônios. Serão tributados os que têm patrimônio igual ou superior a R$ 15 milhões. Nesse caso, o imposto seria de 2%, ou R$ 300 mil, pagos apenas este ano. Mas claro que já começou a gritaria da direita”, observou o jornalista Moisés Mendes.

SAIBA MAIS: Como a taxação de livros proposta pelo governo dificultará o acesso à educação