Jair Bolsonaro

O Rio, que elegeu Brizola duas vezes, virou uma fábrica de Flordelis

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Flordelis, a mulher mais votada no RJ, e Helio Negão, o parlamentar com mais votos, tentaram se eleger vereadores quando não tinham vínculos com a extrema direita bolsonarista, mas não conseguiram. Hoje, o Rio é uma fábrica de Flordelis e figuras assemelhadas.

Bolsonaro e Flordelis

Moisés Mendes, em seu blog

A candidata a deputada federal pelo PSD do Rio Flordelis dos Santos de Souza teve 196.959 votos em 2018. Foi a mulher mais votada no Estado. A candidata Benedita da Silva, figura histórica do PT, teve 44.804 votos.

Flordelis, agora acusada de ter mandado matar o marido, foi a mulher mais votada do Rio para a Câmara. Com a ajuda dos votos dela, o PSD elegeu mais dois deputados.

Já Benedita é a única representante do PT do Rio na Câmara. Na eleição anterior, de 2014, o PT havia eleito cinco deputados.

O deputado Wadih Damous, também do PT, ex-presidente da OAB do Rio e até o final de 2018 uma das vozes mais ouvidas da Câmara, teve 31.160 votos. Não se reelegeu.

Jean Wyllys, o deputado do PSOL do Rio que enfrentou Bolsonaro e o filho Eduardo, na trágica sessão de abril de 2016, que abriu o processo contra Dilma Roussef, teve 24.295 votos. Em 2014, a votação dele havia sido de 144.700.

Glauber Braga, também do PSOL, o deputado que chamou Sergio Moro de juiz ladrão, na frente do ex-chefe da Lava-Jato, teve 40.199 votos em 2018.

Jean Wyllys, o menos votado dos 46 deputados do Rio, e Glauber Braga elegeram-se com a ajuda da legenda e porque Marcelo Freixo teve 221.191 votos. Foi o segundo deputado federal mais votado do Rio.

Freixo salvou Jean Wyllys, que depois renunciou, Glauber Braga e mais um deputado eleito pelo PSOL, Chiquinho Brazão.

O candidato mais votado de todos no Rio foi Helio Fernando Barbosa Lopes, do PSL, com 345.234 votos. É o Helio Negão, que sempre aparece ao lado de Bolsonaro.

Enquanto o PT de Benedita tem apenas ela na Câmara, o PSL do Rio de Helio Negão tem ele e mais 11. É isso mesmo. O PSL do Estado tem uma dúzia de deputados, e o PT tem um.

Helio Negão e Flordelis são duas expressões do fenômeno do bolsonarismo, mesmo que o partido dela seja o PSD, e não o PSL, que abrigou Bolsonaro na eleição e por ele foi abandonado por divergências pelo controle do fundo partidário.

Flordelis nunca havia sido eleita para nada. Helio e Flordelis tentaram se eleger para a Câmara de Vereadores, quando não tinham vínculos com a extrema direita bolsonarista, e não conseguiram. Ela era do PMDB e ele militava no PSC.

Para o Senado, em 2018 os cariocas elegeram dois representantes da direita, Flavio Bolsonaro (PSL) e Arolde de Oliveira (PSD). As outras opções de peso eram Cesar Maia (DEM), Lindbergh Farias (PT), Chico Alencar (PSOL), Miro Teixeira (Rede) e Aspasia Camargo (PSDB).

O Rio elegeu para o governo do Estado um juiz federal que não se comporta como magistrado, mas como alguém que gostaria mesmo de ser sempre um fuzileiro naval sem regras, controles e escrúpulos.

O Rio já havia eleito e pode reeleger um prefeito que odeia Carnaval, samba e povo. O Rio que chegou a eleger Brizola duas vezes é hoje uma fábrica de Flordelis e figuras assemelhadas.

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