Barbárie

Moradora de rua é espancada por 4 homens e tem seus pertences incendiados no ES

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Moradora de rua é surpreendida na madrugada: 4 homens chegaram de carro, acordaram a vítima aos socos e pontapés e atearam fogo nos objetos dela. Caso acontece duas semanas após outro morador de rua ser queimado vivo em Vitória

Local do crime (Reprodução/TV Gazeta)

Uma moradora em situação de rua de 30 anos foi vítima de um atentado em Jardim Camburi, Vitória, na madrugada desta quinta-feira (23). O caso aconteceu na Rua Eurico de Rezende, pouco depois da meia-noite.

Segundo informações iniciais da Polícia Militar, quatro homens em um veículo passaram pelo local e ordenaram que a moradora em situação de rua, que é travesti, saísse de lá, acordando a vítima com socos e pontapés. Ela se negou. Meia hora depois os agressores voltaram, a espancaram novamente e atearam fogo nos objetos dela.

A Polícia Militar diz que suspeita que os homens tenham utilizado um carro Chevrolet Ônix branco, que passou pelo cerco eletrônico na avenida ‘Norte Sul’, mas ninguém havia sido detido até o início da manhã desta quinta-feira (23).

A vítima passa bem. Segundo boletim de ocorrência da PM, o fogo foi apagado por populares e a própria moradora de rua afirmou que não precisava de atendimento médico.

Queimado vivo

Um outro morador em situação de rua morreu após ser queimado no bairro Itararé, em Vitória, no último dia 5 de julho. Ele foi queimado vivo enquanto estava dormindo. O Corpo de Bombeiros foi acionado para combater o fogo, mas a vítima não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

Renato Casagrande (PSB), governador do Espírito Santo, repudiou o crime e disse que “a sociedade está doente”. “Fica o meu repúdio contra o ato de tirar a vida de um morador de rua com aquela atrocidade. Infelizmente não foi a primeira vez no Espírito Santo e mostra uma parte da sociedade doente. Vimos ontem uma pessoa sendo morta, queimada, por nada, talvez por ser morador de rua. Essa é uma manifestação de uma parte da sociedade egoísta, que se alimenta do ódio, da violência e da morte”, comentou o chefe do Executivo.

Casagrande citou ainda que a polarização política aumenta a violência contra pessoas em situação mais vulnerável. “A gente vê quantas pessoas se realizam com a morte: seja a morte de um morador de rua, seja de um índio, de uma pessoa com orientação sexual diferente da sua. Seja a morte de um comunista, seja a morte de direitista. Tem pessoas de diferentes aspectos que se animam com a morte, com a violência. Temos visto isso no Brasil: como isso excita algumas lideranças políticas, como isso está no brilho dos olhos das pessoas”, lamentou o governador.

No dia 11 de julho, pelo menos seis igrejas se uniram em ato ecumênico em memória ao morador de rua assassinado. Membros das igrejas Católica, Presbiteriana Unida, Luterana, Batista da Glória, Batista da Praia do Canto e da Casa de Oração de Itararé se reuniram para rezar na mesma calçada onde o morador foi incendiado enquanto dormia.

Março

Esses não foram os únicos ataque neste ano contra moradores em situação de rua em Vitória. Em março, pelo menos dez pessoas ficaram feridas em um ataque na ‘Vila Rubim’ – dois moradores de rua não resistiram e morreram.

as informações são de A Gazeta, do Espírito Santo

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