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Trump sugere que governo Bolsonaro foi incompetente no combate ao coronavírus

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Coronavírus: Donald Trump fala em "surto sério" no Brasil e estuda suspensão total de viagens aéreas entre os dois países. Presidente dos EUA lamenta que Brasil tenha seguido rumo diferente de outros países da América do Sul no combate à pandemia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (28/4) que “acompanha de perto” o que chamou de “surto sério” de novo coronavírus no Brasil. As informações são da AFP.

O republicano ainda alertou que o país tomou um rumo diferente no combate à pandemia de Covid-19 na comparação com outros países da América do Sul.

“O Brasil tem um surto sério, como vocês sabem. Eles também foram em outra direção que outros países da América do Sul, se você olhar os dados, vai ver o que aconteceu infelizmente com o Brasil”, disse Trump.

Diferente de Argentina, Colômbia, Uruguai e outros países da América do Sul, o governo brasileiro não tomou medidas concretas de enfrentamento ao novo coronavírus. Por diversas vezes, o presidente Jair Bolsonaro debochou da pandemia e não encarou o problema com a devida seriedade.

A afirmação do presidente Donald Trump veio em resposta a perguntas sobre os voos internacionais ainda em operação. Ainda há viagens aéreas entre Brasil e EUA, mas em menor frequência devido à pandemia.

O governador da Flórida, Ron DeSantis, estava na reunião com Trump e disse que ainda não vê necessidade de suspender de vez os voos de Miami e Fort Lauderdale ao Brasil. Porém, o presidente insistiu: “Se precisar [interromper voos], nos avise”.

A Embaixada dos Estados Unidos alertou na semana passada que norte-americanos no Brasil devem se organizar para voltar aos EUA a não ser que estejam preparados para permanecer em solo brasileiro “por um período indefinido”, por causa da pandemia de novo coronavírus.

Em mensagem publicada no site oficial da representação, a Embaixada diz que há apenas nove voos em operação por semana entre o Brasil e os EUA — todos saindo do estado de São Paulo. Essas decolagens, segundo a nota, podem diminuir nos próximos dias.

Presidente da Argentina

Depois de anunciar a extensão do isolamento de forma estrita nos grandes centros urbanos, o presidente argentino, Alberto Fernández, revelou estar “muito preocupado com a situação do coronavírus no Brasil” porque “pode cruzar a fronteira argentina”.

“Preocupa-me muito a situação do Brasil. Tive uma conversa com todos os governadores por videoconferência. O governador de Misiones (fronteira com Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) expôs com toda clareza a sua preocupação porque as províncias de Misiones e Corrientes (fronteira com o Rio Grande do Sul) são caminho de entrada de muitos caminhões de carga que vêm de São Paulo, onde o foco de infecção é altíssimo”, admitiu o presidente argentino.

“Não acho que o governo brasileiro esteja encarando o problema com a seriedade que o caso requer. Digo isso sinceramente”, lamentou. “Eu gosto muito do povo do Brasil, mas isso me preocupa muito porque pode vir para a Argentina”, advertiu.

Brasil e EUA

Os Estados Unidos concentram quase um terço dos mais de 3 milhões de casos registrados até esta terça-feira de novo coronavírus no mundo, segundo monitoramento da Universidade Johns Hopkins. O país também registra o maior número de vítimas de Covid-19: mais de 56 mil morreram com a doença.

Enquanto isso, a curva de casos e mortes no Brasil continua em crescimento, e o país já é o décimo com mais mortes pela Covid-19 em todo mundo, também de acordo com a Johns Hopkins.

Caso o Brasil mantenha esse ritmo de novos casos e mortes, o país pode se tornar o novo epicentro mundial da pandemia de coronavírus.

AFP

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