Saúde

URGENTE: Itália registra 793 mortes por coronavírus em um único dia

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Quando se imaginava que as 627 mortes de ontem poderiam significar o ápice da tragédia italiana, neste sábado o país europeu divulgou um novo recorde de óbitos por coronavírus no período de 24 horas. As autoridades também anunciaram 6,5 mil novos casos positivos, outro recorde

AFP

A Itália registrou um novo recorde de mortes por coronavírus em 24 horas, com 793 registros neste sábado (21). Isso eleva a 4.825 o número de mortos pela pandemia na península em um mês, segundo dados da Proteção Civil.

Na última quinta (19), a Itália superou a China em número de mortos pela Covid-19. Até aquele dia, o país europeu contabilizava 3.405 mortes desde o início do surto, enquanto os chineses registravam 3.245.

Ainda neste sábado, as autoridades italianas anunciaram 6.557 novos casos positivos, outro recorde. O número total de casos subiu para 53.578, um aumento de 13,9%, informou a agência de proteção.

A região de Milão, Lombardia (norte), onde os serviços de saúde estão sobrecarregados, registrou a grande maioria das mortes (546) deste sábado e metade dos novos casos. Lá , o total chega a 3.095 mortes e 25.515 casos.

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Das pessoas originalmente infectadas em todo o país, 6.072 haviam se recuperado totalmente até sábado, em comparação com 5.129 no dia anterior.

O recorde mundial de mortes pelo novo coronavírus da Itália, o primeiro foco europeu da pandemia, está ligado a vários fatores, segundo os cientistas: idade média da população, organização de saúde e método de contagem dos contaminados e falecidos.

Primeira morte há 1 mês

Sexta-feira, 21 de fevereiro, Adriano Trevisan morreu em um hospital perto de Pádua (norte), a primeira morte por coronavírus na Europa. Mais de 4.000 mortes depois, a Itália de um mês atrás pertence ao passado.

Quem, dentre os 60 milhões de italianos, teria acreditado na necessidade de um confinamento estrito, que ninguém sabe quando terminará? Que o silêncio tomaria conta do país, que as gôndolas ficariam ancoradas em Veneza e que ouviríamos os pássaros em Roma e Milão?

No dia da morte, aos 78 anos, de Adriano Trevisan, um pedreiro aposentado que adorava pescar e jogar cartas no bar com seus amigos da vila de Vo, em Veneto, os estilistas Versace e Frankie Morello apresentavam sua coleção de outono em Milão, os torcedores da Lazio sonhavam com um título após anos, enquanto nos bares e restaurantes lotados debatia-se a fragilidade do governo de Giuseppe Conte.

Os turistas se apressavam para o Fórum de César, onde acabara de ser descoberto um sarcófago, que poderia ser o do fundador da Cidade Eterna, Rômulo. E o instituto de estatística apresentava boas notícias: os pedidos para a indústria italiana aumentaram em dezembro 6%.

É certo que, em uma dúzia de municípios do Norte, medidas de contenção começavam a ser tomadas, principalmente em Codogno, perto de Lodi, onde os jornalistas se aglomeravam, muitas vezes sem máscaras. Mas o primeiro-ministro Giuseppe Conte tranquilizou seus compatriotas: “Tudo está sob controle”.

No dia seguinte à morte de Adriano Trevisan, os jornais dedicaram suas manchetes ao coronavírus: “O contágio assusta a Itália” (La Stampa), “O medo no Norte” (La Repubblica).

Mesmo assim, o governo demorou a tomar medidas enérgicas e restritivas e o resultado é o que se observa hoje. O Brasil de Bolsonaro caminha na mesma direção.

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