Saúde

“É o inferno: as pessoas chegam, são entubadas e morrem”, relata médico de Nova York

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"O sistema está sobrecarregado em toda a cidade. Não há mais respiradores. O 11 de setembro não foi nada comparado com isso. E não se iludam achando que só os mais velhos morrem. Os pacientes são de todas as idades". Médicos de Nova York relatam cenário aterrorizante do colapso da saúde

Enfermeiro de Nova York (reprodução)

Os Estados Unidos se tornaram, nesta quinta-feira (26), o país com o maior número de casos de coronavírus no mundo, ultrapassando a China e a Itália. As informações são da Universidade Johns Hopkins.

E o pior cenário no país mais rico do mundo acontece em Nova York. Os hospitais da cidade já não dão conta de tanta gente. De quarta-feira (25) pra quinta-feira (26), cem pessoas morreram.

Em relato assustador (vídeo abaixo), um médico que trabalhou na última madrugada conta que o sistema está sobrecarregado na cidade inteira. “É o inferno. As pessoas chegam, são entubadas, elas morrem”, diz.

“O 11 de setembro não foi nada comparado com isso. Naquela época, a gente estava de plantão esperando os pacientes mas eles não chegavam. Agora, eles não param de chegar. E não se iludam achando que só os mais velhos morrem ou vão ter a doença. Os pacientes são de todas as idades”, acrescenta.

Um enfermeiro da cidade também descreve um cenário desolador. “Na minha situação, já é um momento em que você tem que decidir na hora o que vai fazer e como vai fazer. A pessoa morre e você coloca a mesma máquina em outra pessoa. A única coisa que peço a todos agora é que fiquem em casa”.

O governador Andrew Cuomo anunciou nesta quinta-feira (26) a abertura de um novo hospital de campanha em cada uma das cinco regiões da cidade, além dos quatro que já estavam previstos e do navio militar com mil leitos que vai ancorar no porto em abril.

O governo também está negociando com hotéis para que cedam os quartos pra atender os doentes. Mas tudo isso só vai virar realidade, no mínimo, daqui a uma semana.

Muitas pessoas que estão seguras, em casa, se mostram dispostas a se arriscar. Só na quarta-feira (25), 12 mil se voluntariaram pra trabalhar no cuidado aos doentes em Nova York e 6 mil profissionais ofereceram ajuda psicológica de graça.

VÍDEO:

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