Donald Trump (Imagem: Evan Vucci/AP)
Trump oferece 1 bilhão de dólares a laboratório alemão para que EUA tenha exclusividade em vacina do coronavírus. Governo do país europeu reagiu rapidamente para “deter as intenções que visem restrições à vacina, que deve ser desenvolvida pensando em salvar todo o mundo”
O governo da chanceler alemã e Angela Merkel acusou o presidente americano Donald Trump de tentativa de se apropriar de um projeto de vacina contra o coronavírus desenvolvido por um laboratório da Alemanha. As informações são da NBC.
“Os pesquisadores alemães desempenham um papel de primeiro nível no desenvolvimento de medicamentos e vacinas e não podemos permitir que outros busquem a exclusividade de seus resultados”, afirmou o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Mas.
O ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, afirmou que o país irá “impedir qualquer intenção que tenha como objetivo impor restrições à vacina, que deve ser desenvolvida pensando em salvar todo o mundo”.
O ministro do Interior, Horst Seehofer, confirmou neste domingo (15) as informações publicadas na imprensa internacional sobre uma tentativa do presidente americano Donald Trump de assumir o controle de um laboratório alemão com uma oferta de US$ 1 bilhão.
“Posso afirmar que hoje escutei em várias ocasiões da parte de membros do governo que isso é verdade”, disse o ministro.
Sheehofer anunciou que o tema será abordado no comitê de crise estabelecido pelo governo para administrar a luta contra a epidemia de coronavirus, que até o momento infectou quase 5.000 pessoas e provocou 12 mortes na Alemanha.
Laboratório CureVac
No meio da disputa está o laboratório alemão CureVac, que fica em Tubingen, sudoeste do país, que trabalha em uma vacina contra o COVID-19, graças a subsídios do governo alemão. O laboratório afirma estar “a alguns meses” de conseguir apresentar um projeto para a validação clínica.
O jornal alemão Die Welt noticiou que Donald Trump está “fazendo todo o possível para que a vacina preparada pela CureVac seja entregue somente aos EUA”.
O CureVac é um laboratório privado, mas trabalha no projeto em cooperação com o Instituto Paul Ehrlich de Vacinas e Medicamentos Biomédicos, que pertence ao Estado alemão.
Criticado, o laboratório CureVac se pronunciou nesta segunda-feira (16) e admitiu que esteve em reunião com Donald Trump na Casa Branca, em Washington (EUA), no último dia 2 de março.
No entanto, executivos do laboratório se apressaram para afirmar que uma vacina exclusiva para os EUA não será desenvolvida. “O CureVac rejeita todas as informações publicadas sobre este caso na imprensa”, afirmam.