Mulheres violadas

Para defender a mãe de espancamento, criança mata padrasto a facadas

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Homem reiteradamente praticava agressões contra a companheira e seus enteados. Desta vez, uma das crianças não se conteve diante da covardia e matou o homem a facadas

Um homem de 43 anos foi morto a facadas pelo enteado na noite de segunda-feira (10) em Campinas (SP). A criança de 11 anos agiu para proteger a mãe e o irmão mais velho que eram agredidos naquele instante.

A Polícia Civil informou que o padrasto costumava agredir a mulher e o filho mais velho dela, de 15 anos. A companheira, em seu depoimento, diz que ele brigava por ciúmes.

Na noite de segunda, após uma discussão do casal, o padrasto teria partido para novas agressões físicas contra a companheira. Ao testemunhar a violência, o filho de 15 anos interveio, mas acabou imobilizado pelo padrasto com um mata-leão e agredido com socos no rosto.

Vendo que o irmão mais velho estava quase sem ar, o menino de 11 anos disse em depoimento que pegou uma faca para “cutucar” o padrasto, mas que não tinha a intenção de machucá-lo. Ela relata que teria “cutucado” o homem duas vezes, “sem ver onde tinha o atingido”.

Após a ação, o padrasto soltou o adolescente e correu para fora de casa. Segundo os relatos, ele sangrava bastante. Uma vizinha que é técnica de enfermagem tentou ajudar a estancar o sangue até a chegada de um socorrista, mas o homem morreu no local.

De acordo com a equipe que foi acionada para socorro, o homem sofreu um corte no pescoço e o sangramento provocou a morte rapidamente.

Em seu despacho, o delegado responsável destaca que, diante do que foi apurado, o padrasto “reiteradamente praticava agressões contra a companheira e seus enteados”, culminando com “este fatídico evento”, em que a “criança com apenas 11 anos de idade agiu sob forte emoção e golpeou o agressor, para que o mesmo interrompesse a severa agressão contra o irmão”.

Segundo a polícia, a mulher já havia registrado um boletim de ocorrência de agressão contra o marido, no ano passado. Em depoimento, ela reforçou que o homem era uma pessoa “ciumenta e agressiva”.

Iberê Dias, juiz da Vara da Infância e da Juventude de Guarulhos (Grande SP), explicou que, com base no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), menores de 12 anos não podem ser responsabilizados.

“Não posso falar especificamente sobre este caso, mas, de forma genérica, o que esta criança e a família precisam é de um acompanhamento psicossocial”, afirmou o magistrado, que não é o juiz responsável por este caso de Campinas.

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