Tráfico de Drogas

Militar preso em avião da Presidência tinha 39kg de cocaína; veja o que se sabe

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Militar preso em avião reserva da Presidência da República estava transportando 39 quilos de cocaína. Governo tentou colocar panos quentes no caso. Veja o que se sabe até agora

Militares em frente a um avião da FAB (Imagem: Tereza Sobeira, Ministério da Defesa)

A Polícia da Espanha prendeu nesta terça-feira (25) no aeroporto de Sevilha um militar brasileiro de 38 anos que havia transportado 39 quilos de cocaína em um avião da FAB integrado à comitiva do presidente Jair Bolsonaro (saiba mais aqui).

A prisão ocorreu durante uma escala do avião reserva da presidência em Sevilha, no sul da Espanha, rumo a Osaka, onde Bolsonaro participará da reunião do G-20.

Depois da repercussão do caso na imprensa internacional, o ministério brasileiro de Defesa emitiu nota confirmando a detenção do militar por tráfico de entorpecentes, e anunciou a abertura de um inquérito para apurar o ocorrido. Bolsonaro também escreveu um tuíte sobre o fato.

Bolsonaro disse que se trata de um caso isolado e afirmou que a FAB tem “cerca de 300 mil homens e mulheres formados nos mais íntegros princípios da ética e da moralidade”.

O fato de Bolsonaro ter se pronunciado sobre o caso preocupou assessores presidenciais, cuja avaliação é de que o presidente levou o problema para “o seu colo”, quando o assunto era tratado longe do Planalto.

A polícia espanhola afirmou que a detecção da droga e a posterior prisão do militar ocorreram quando os membros da tripulação e suas bagagens passaram pelo controle alfandegário obrigatório após a chegada a Sevilha. Ao abrir a mala de mão os agentes encontraram 37 tijolos de pouco mais de um quilo cada.

“Não estava nem mesmo escondido entre as roupas”, disseram fontes da Guarda. As autoridades da Espanha agora querem saber qual era o destino final da droga.

Nesta quarta-feira (26), o Tribunal de Instrução número 11 de Sevilha ordenou nesta a prisão provisória do militar, sem fiança. O brasileiro, que é casado mas não teve seu nome divulgado, será acusado de tráfico de drogas, descrito no Código Penal espanhol como crime contra a saúde pública.

O Ministério da Defesa disse em seu comunicado que “repudia” os atos do militar e que colaborará com as autoridades espanholas na investigação.

Após o incidente em Sevilha, a Presidência alterou a rota da viagem de Bolsonaro ao Japão. Após decolar de Brasília, Bolsonaro fará escala em Lisboa em vez de Sevilha, segundo constava na sua agenda no final da noite de terça. O gabinete de imprensa do presidente não explicou o motivo da mudança.

As redes sociais brasileiras também repercutirem o caso fortemente. “Sargento da comitiva oficial. Milicianos não estão só na polícia”, observou um internauta. “Faz tempo que a ficção perdeu para a realidade no Brasil”, escreveu outro.

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