Barbárie

O que se sabe até agora sobre o massacre na escola em Suzano

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Atiradores invadem escola em Suzano (SP), matam 8 pessoas e depois cometem suicídio. Além de uma arma de fogo, uma besta foi usada pelos autores do massacre. Eles usavam máscara de caveira e um deles carregava um machado. Merendeira conseguiu esconder 50 alunos

Massacre em escola de Suzano deixa mortos e feridos (reprodução)

Dois atiradores entraram em uma escola estadual de Suzano (SP) na manhã desta quarta-feira (13) e abriram fogo contra funcionários e estudantes. No total, 10 pessoas morreram: oito vítimas e os dois atiradores, que cometeram suicídio.

O crime aconteceu na Escola Estadual Raul Brasil por volta das 9h30, horário em que era servida a merenda escolar. Segundo o Censo Escolar de 2017, a instituição possui 358 alunos da segunda etapa do fundamental (6º ao 9º ano) e 693 estudantes do ensino médio.

A escola ocupa um quarteirão inteiro na região central da cidade e é considerada uma instituição de referência. No local também funciona um centro de línguas estrangeiras.

Uma testemunha informou que os dois agressores agiram durante a hora do intervalo na escola, quando os alunos se alimentavam. Depois que os tiros começaram, os alunos tentaram pular o muro da escola para fugir.

Informações preliminares dão conta de que os atiradores são ex-alunos da escola, embora informação ainda não possa ser confirmada. Até agora, a motivação dos ataques também é desconhecida.

23 pessoas foram levadas a hospitais. Entre elas, há pessoas que passaram mal após o ataque. O comandante da Polícia Militar de São Paulo afirmou que um funcionário de um Lava Jato que fica perto da escola foi alvejado por um tiro de arma de fogo disparado pelos jovens. Ele passa por cirurgia.

Das 10 mortes no ataque, oito ocorreram dentro da escola. Dois estudantes foram socorridos, mas não resistiram aos ferimentos e morreram durante o atendimento hospitalar.

Dentro da escola, a polícia encontrou um revólver .38, uma besta (um artefato semelhante a um arco e flecha) e garrafas que aparentam ser coquetéis molotov. Há ainda uma mala com fios, e o esquadrão antibombas foi chamado. Uma testemunha disse que viu um dos atiradores com uma arma de fogo e o outro, com uma faca.

Uma merendeira da escola conseguiu esconder 50 estudantes na cozinha durante o ataque. “Nós estávamos servindo merenda e aí começou os ‘pipoco’ e as crianças entraram em pânico. Abrimos a cozinha em começamos a colocar o maior número de crianças dentro e fechamos tudo e pedimos para eles deitarem no chão”, contou, aos prantos, Silmara Cristina Silva de Moraes, de 54 anos. “Foi muito desesperador, porque foi muito tiro, muito tiro mesmo e era muito pânico”, continuou.

Silmara ainda diz que os atiradores pareciam andar por todo lado. “Parecia que procuravam alguém. Iam para lá e para cá atirando muito. Nós não vimos nada. A gente abaixou e ficou escutando o movimento. Isso durou te 10 a 15 minutos mais ou menos”, diz.

A merendeira diz que quando já tinha cerca de 50 alunos na cozinha foi preciso trancar a porta. “Porque eles estavam próximos e a cozinha é rodeada de janela. A gente deitou no chão e nós não vimos nada com medo que atirassem. Mas graças a Deus nada aconteceu com quem não estava lá. Eu arrastei a geladeira e o freezer para fazer uma barricada e ficamos atrás. A mesa viramos e fizemos um escudo para proteger as crianças. Ficamos acuados em um canto só, se acontecesse alguma coisa ele ia pegar muita gente”, conta.

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