Ciência

Ciência avança para trazer mamute de volta da extinção

Share

Avanços científicos para trazer mamutes de volta da extinção são significativos. Experimentos estão sendo realizados com amostras colhidas de um espécime que permaneceu congelado no permafrost siberiano por cerca de 28 mil anos

O mote da história do filme Jurassic Park, de 1993, são experimentos científicos que trouxeram os dinossauros de volta da extinção. Agora, cientistas tentam fazer algo parecido (mas não tão aterrorizante) com o mamute.

No desdobramento científico mais recente, pesquisadores da Universidade de Kindai, no Japão, registraram sinais de atividade biológica do animal após um experimento.

O caso foi detalhado no periódico científico Scientific Reports. A técnica utilizada para buscar a reativação biológica foi uma transferência de ovócitos, células sexuais dos ovários de camundongos, para amostras colhidas de um espécime que ficara congelado no permafrost siberiano por cerca de 28 mil anos.

A decisão foi tomada após análise do material, que revelou uma semelhança entre estruturas semelhantes a núcleos estavam relativamente sem danificação.

As células do mamute, que receberam as proteínas dos camundongos, apresentaram sinais de reconstituição nuclear. O experimento resultou em cinco das células apresentando estágios de atividade que antecedem a divisão celular.

No entanto, o estudo deixa claro que não foi confirmada a ativação completa dos núcleos para iniciar o processo de clivagem, que leva à divisão celular de um zigoto, que culmina na formação de um feto.

Os últimos mamutes morreram há cerca de 4 mil anos, na ilha de Wrangel, no Oceano Ártico, apesar de a maioria ter sumido do planeta entre 14 mil e 10 mil anos atrás.

Os avanços científicos para trazê-los de volta da extinção já são significativos. Os genomas de dois espécimes já foram sequenciados, uma das principais conquistas da ciência para viabilizar um processo de recriação do animal.

Em um experimento reportado em março de 2015, pesquisadores da Universidade de Harvard inseriram 14 genes de mamute no DNA vivo de um elefante, onde funcionaram normalmente.

A conquista científica foi possível graças à técnica de edição genética conhecida como Crispr (Repetições Palindrômicas Curtas Agrupadas e Regularmente Interespaçadas, na sigla em inglês). Foram priorizadas células ligadas à pelagem, ao tamanho das orelhas, à gordura subcutânea e à molécula sanguínea hemoglobina.

Ainda assim, apesar de todas as descobertas importantes, ainda não há como recriar o mamute em laboratório. “Queremos levar nosso estudo adiante com foco no estágio de divisão celular. Ainda temos um longo caminho pela frente”, afirmou Kei Miyamoto, autor do estudo no departamento de engenharia genética na Universidade de Kindai.

Um grupo de alunos contempla o esqueleto de um mamute no Museu da Revolução e Fronteira, em Ciudad Juárez (México), em 8 de maio de 2018 – AFP/Arquivos

Lucas Agrela, Exame

Siga-nos no InstagramTwitter | Facebook