Redação Pragmatismo
Educação 20/Set/2018 às 17:06 COMENTÁRIOS
Educação

Professor é humilhado e agredido em sala de aula

Publicado em 20 Set, 2018 às 17h06

Imagens mostram alunos agredindo e humilhando professor em sala de aula. Thiago dos Santos pediu afastamento, disse que ama a profissão, acredita na mudança através da educação mas teme pela própria vida

professor agredido rio das ostras

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra alunos humilhando e agredindo o professor Thiago dos Santos Conceição, de 31 anos, no Ciep (Centros Integrados de Educação Pública) Municipal Mestre Marçal, localizado no Rio das Ostras, litoral norte do Rio de Janeiro.

Gravado na sala de aula durante uma prova, é possível ouvir diversos alunos rindo durante as cenas. “Vai matar o professor, cara? Faz isso não. O cara te dá aula, o cara é bacana”, diz um dos colegas de classe. A resposta é curta e grossa: “o cara nunca mais vai dar (aula)”.

O caso aconteceu na terça-feira (18) e, no vídeo, é possível ver um dos alunos respondendo à prova com palavrões e, depois, rasgando-a na cara do professor. “Aí, professor, acabou a prova”, diz ele.

Em outro momento, uma pochete é arremessada na direção de Thiago enquanto ele escrevia algo na lousa. Quando questiona se a intenção era acertá-lo, recebe a resposta de um dos alunos: “Queria, agora ‘peraí’ que agora vou acertar”.

A gravação também mostra Thiago sendo empurrado para que a porta da sala fique aberta e um rapaz quebrando o quadro negro.

O professor Thiago disse que pediu afastamento e que “deseja continuar com a profissão, mas teme pela sua vida”.

“Eu desejo continuar com a minha profissão, mas temo pela minha vida. Eram constantes as agressões, mas a gente sempre acha que vai resolver com diálogo […] Todas as minhas aulas eu falo sobre a importância do diálogo, sobre a importância da educação […] Eu tenho medo, porque eu já vi ataques. Se eu não tinha medo de amanhecer morto, que era para eu tomar cuidado para não ser atropelado, que era para eu tomar cuidado para não ser atropelado, para eu tomar cuidado para não ir à escola de carro porque o pneu poderia aparecer furado. Então são diversos ataques que eu vendo sofrendo […] Hoje eu me sinto frustrado. Triste por não ter conseguido mudar aquela situação. Por não ter deixado aquele legado para os estudantes. É humilhante estar no seu trabalho e ter que renunciar a isso”

Um dos estudantes responsáveis pelo ato fez uma postagem no Facebook pedindo desculpas. Segundo ele, “a gente ‘tá’ na escola para estudar, não é para ficar debochando da cara de ninguém”. E diz que “ninguém é perfeito e todo mundo já teve um momento de criança”.

“Pô, mano, vim aqui falar sobre o bagulho lá da escola. Ninguém é perfeito, tá ligado. Todo mundo já teve um momento assim de criança, de fazer o bagulho no embalo. Queria pedir desculpa pelo acontecido pelo fato de ter feito o que eu fiz na sala de aula, ter tacado o objeto, não no professor, mas no quadro que quase pegou nele […] Isso aí é coisa de marginal, de vacilão, entendeu? Porque a gente tá na escola para estudar, não é pra ficar debochando da cara de ninguém, especialmente do professor que não tá ali de bobeira, que está ali porque está precisando daquele dinheiro, tá fazendo aquilo por amor”

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