Redação Pragmatismo
Eleições 2018 05/Ago/2018 às 14:26 COMENTÁRIOS
Eleições 2018

General Mourão é anunciado como vice de Jair Bolsonaro

Publicado em 05 Ago, 2018 às 14h26

Fim do mistério. Após a advogada Janaína Paschoal dizer 'não', General Mourão é confirmado como o vice de Jair Bolsonaro

General Mourão Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro e o General Mourão

Favorável à intervenção militar, o general da reserva Antônio Hamilton Mourão, do Exército, será o vice do deputado Jair Bolsonaro (PSL) na disputa à Presidência da República. Filiado ao PRTB, Mourão era nome certo para ser o vice da chapa encabeçada por Levy Fidélix, presidente e eterno candidato do partido.

O desfecho será oficializado na tarde deste domingo (5), na convenção do PRTB. Mas tanto a direção ad legenda quanto Bolsonaro já confirmaram a informação.

O deputado fez o anúncio na convenção estadual do PSL em São Paulo. Ele foi recebido por uma bateria de escola de samba e um homem fantasiado de Capitão América em um clube no Jaçanã, na capital paulista.

Bolsonaro encontrava dificuldades para encaixar um vice. Primeiro nome cogitado, o senador Magno Malta (PR-ES) optou por tentar a reeleição. Seu partido, que faz parte do chamado Centrão, aliou-se a Geraldo Alckmin.

O deputado tentou depois o general da reserva Augusto Heleno, filiado ao PRP. O acordo não vingou por falta de entendimento entre as duas siglas. Ontem a professora de Direito Janaína Paschoal, coautora do pedido de impeachment de Dilma, recusou o convite para compor a chapa, alegando questões familiares.

O herdeiro da família real Luiz Phillippe de Orleáns e Bragança, também do PSL, passou a ser então o nome mais cotado, como admitiu o próprio presidenciável.

Mas o cenário mudou nas últimas horas. Bolsonaro mira, com a coligação única com o PRTB, mais tempo de exposição no horário eleitoral, com acréscimo de segundos e de inserções na grade de programação das TVs, e o reforço do discurso “linha dura” de seu discurso.

Homenagem a torturador

O capitão Bolsonaro e o general Mourão têm pensamentos muito parecidos. Ambos negam que tenha havido ditadura militar no país. Quando passou à reserva, Mourão fez um discurso em que elogiou o coronel Carlos Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-CODI, primeiro militar reconhecido como torturador pela Justiça brasileira.

Na ocasião, ele também manifestou apoio político a Bolsonaro. Na votação do impeachment, em abril de 2016, o deputado prestou homenagem a Ustra.

Mourão passou a ser conhecido do grande público em setembro de 2017 quando, em um evento em Brasília, sugeriu que o Exército poderia fazer uma intervenção militar para atuar contra a corrupção no país.

Disse ele na ocasião: “Até chegar o momento em que ou as instituições solucionam o problema político, pela ação do Judiciário, retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos, ou então nós teremos que impor isso.”

O militar também criticou publicamente o governo Michel Temer (MDB), dizendo que ele se baseava em um “balcão de negócios”. Também fez manifestações contrários aos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, do PT.

Depois da polêmica, ele perdeu o cargo de secretário de economia e finanças da Força Militar, passou a ser adido da secretaria-geral do Exército e, pouco depois, se aposentou.

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