Senado Federal

Datena cita “pressão” e anuncia fim de candidatura ao Senado

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Depois de cair nas pesquisas e de posar ao lado de João Doria, Datena surpreende e desiste de concorrer ao Senado. Apresentador citou amigos que o aconselharam e revelou pressão da família

Datena ao lado de Doria no lançamento de sua candidatura que não se consolidou

José Luiz Datena anunciou oficialmente sua desistência da candidatura ao Senado. Ele chegou a lançar sua pré-candidatura pelo DEM e tinha até 6 de julho para sair da TV para participar das eleições deste ano.

Deixa eu falar uma coisa aqui. É claro que aparecendo na televisão como estou aparecendo agora fica eliminada qualquer possibilidade de eu ser candidato a qualquer cargo eletivo na República Federativa do Brasil. Como eu deveria ser candidato ao Senado brasileiro, é claro que tomar decisão é uma coisa muito difícil porque é extremamente solitário porque você ouve muita gente, mas quem decide é você“, declarou o apresentador ao aparecer de surpresa em seu programa na BAND nesta segunda-feira (9).

Eu devo explicações primeiro a Deus, depois à minha família e ao meu público, que me acompanha ao longo desse tempo todo. Dessa vez, eu cheguei tão perto, cheguei a ficar dois domingos sem trabalhar, estava realmente decidido a ser candidato ao Senado aqui em São Paulo, mas o problema de desistir é que às vezes você desiste tão perto de conseguir um objetivo“, continuou o apresentador, que explicou ter conversado com a família e amigos próximos antes de desistir da candidatura.

Me diziam: ‘Você vai ter voto pra caramba’, mas eu pensei bem, refleti, conversei com minha família, conversei muito com Deus, conversei com poucos amigos. Ouvi muitas opiniões e achei que ainda não era a hora. É a segunda vez que eu me proponho a ajudar o meu país. Dessa vez, fui até longe demais. Talvez nunca chegue a hora de eu ser político um dia, mas esta é a explicação que eu queria dar para cada um de vocês“, afirmou o apresentador.

Datena também esclareceu que permanecerá na Band e que voltaria à TV após o período eleitoral, mesmo se fosse eleito senador: “Eu vou continuar na Band até o final do meu contrato, faltam 2 anos e 6 meses. Não significa nada, porque eu iria continuar na Band de qualquer jeito. Eu tive aqui a promessa dos donos da emissora que depois das eleições, eleito ou não, eu estaria de volta aqui, não iria mudar muito, eu iria ficar 3 meses fora daqui“.

Mais tarde, no “Brasil Urgente”, Datena citou três colegas da Band que o aconselharam a desistir da candidatura ao Senado: Ricardo Boechat, âncora do “Jornal da Band”, José Emilio Ambrósio, diretor de jornalismo e esportes, e Fernando Mitre, diretor nacional de jornalismo da emissora. Ele também citou a pressão dos filhos e da mulher para abandonar a ideia de entrar na política: “Minha mulher, Matilde, ficou desesperada pra caramba“.

Resolvi que eu ainda não estou preparado para ajudar o meu país na política brasileira. A política brasileira depende de gente séria, capaz, que consiga ultrapassar a maior crise que nós já enfrentamos até hoje. Vamos esperar que apareçam quadros capazes de tirar o Brasil desta situação. É difícil? É quase impossível. Por isso que eu refleti. Ainda não me sinto preparado para ajudar o meu povo, a nação brasileira, em uma outra função que não seja esta. Assim que eu estiver, eu largo de uma vez o que estiver fazendo e me proporei a concorrer a algum cargo. Achei que não era a hora de participar dessa política do jeito que está“, concluiu.

Em abril, Datena liderava as pesquisas eleitorais ao Senado, segundo pesquisa do Ibope, com 33% das intenções de voto, tecnicamente empatado com o petista Eduardo Suplicy, com 32%. No levantamento divulgado em junho, o apresentador tinha caído dez pontos percentuais, para 23%. O candidato do PT apareceu com 29%.

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