Categories: Política

Deputado acusado de tortura banca evento de Bolsonaro no Pará

Share

Deputado conhecido em sua terra pela alcunha de “matador de pobres” banca evento de Jair Bolsonaro em Belém do Pará. O parlamentar respondia pelo crime de tortura até o ano passado, quando o processo foi parar no STF, caiu nas mãos de Gilmar Mendes e foi arquivado

Éder Mauro e Jair Bolsonaro (reprodução)

Kiko Nogueira, DCM

Nesta quinta, dia 5, Jair Bolsonaro estará em Belém. Os devotos estão em polvorosa e uma “operação de guerra” foi organizada nas ruas e na internet pelo grupo Endireita Pará, segundo a BBC.

O parlamentar vai fazer uma palestra em um centro de eventos cujo aluguel de R$ 9 mil ficou a cargo de seu colega deputado federal Éder Mauro (PSD), ex-delegado, estrela da bancada da bala.

Mauro espalhou cartazes pela cidade anunciando a conferência. Eles vão falar de “política nacional, desenvolvimento econômico e segurança pública”.

A afinidade entre os dois é enorme. Éder Mauro respondia, desde 2009, pelo crime de tortura. O processo estava no STF e foi arquivado em 2016 pelo relator Gilmar Mendes.

Também foi acusado de extorsão e é réu num caso de ameaça. Ele e mais cinco policiais a ele subordinados teriam torturado e extorquido uma senhora a pedido do então prefeito de Santa Izabel do Pará.

Sob mira de fogo, a mulher e dois filhos teriam recebido ameaça de morte, o que a promotoria chamou de “trama abjeta”.

Em sua terra, é chamado de “matador de pobres”.

Foi acusado no Comitê de Ética da Câmara de editar e divulgar um vídeo adulterado de Jean Wyllys distorcendo um discurso numa CPI.

O principal aqui é que esse vídeo não foi produzido por nós. Chegou a nós pelas redes sociais e nós publicamos em nossa página sem saber que houve alteração”, disse ele ao apresentar sua defesa.

O principal doador de sua última campanha foi a Odebrecht, com R$ 100 mil. Em seguida, aparece uma pessoa física, Marivaldo Pamplona da Silva, com R$ 51 mil.

A doação foi questionada no Ministério Público Eleitoral, que constatou que o valor superava o total de rendimentos obtidos por Marivaldo no ano anterior ao pleito, de R$ 49 mil.

O juízo do TRE-PA chegou a aplicar uma multa de R$ 229,7 mil à campanha de Éder Mauro, além de pedir sua inelegibilidade por oito anos, mas o processo está em fase de recurso.

Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook