Mulheres violadas

Cláudia Zerati, a mais nova vítima de feminicídio no Brasil

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Juíza Cláudia Zerati, mãe de uma criança de 6 anos, é mais uma vítima de feminicídio no Brasil. A magistrada foi assassinada dentro de casa pelo marido, que era delegado. Ele se matou em seguida. Associações de juízes lamentaram assassinato e afirmaram que "machismo mata"

Cláudia Zerati e Cristian Lanfredi

O delegado Cristian Lanfredi, de 42 anos, assassinou a esposa, Cláudia Zerati, Juíza do Trabalho de 46 anos. O crime aconteceu neste domingo no apartamento do casal, em um condomínio de alto padrão em Perdizes, Zona Oeste de São Paulo.

Segundo o padrinho da filha do casal informou à polícia, o delegado chegou a deixar a menina de seis anos com ele após um desentendimento com a mulher por volta das 4h. Lanfredi voltou para a casa, matou a mulher e se matou.

Vizinhos ouviram disparos por volta das 6h, foram até o apartamento, a porta estava aberta e eles encontraram o casal baleado e já morto.

De acordo com o padrinho, a menina contou que os pais brigaram porque Lanfredi havia se recusado a tomar seu remédio. O delegado estava afastado do trabalho para tratamento. O caso foi registrado no 91º Distrito Policial.

Um irmão do delegado disse que ele passava por “depressão profunda”. “Ele estava sob tratamento médico e afastado do serviço desde o ano passado, depois que a mãe morreu”, contou.

Um amigo da família disse ter ficado “muito surpreso” com a notícia. “Eles tinham um ótimo relacionamento. Foi um baque saber disso. A família está toda traumatizada”, comentou.

Outro familiar destacou que a família está arrasada. “Estão muito abalados. A ficha não caiu ainda. Ele era depressivo.” Nas redes sociais de Lanfredi, há muitas fotos da família em momentos felizes, abraçados ou em viagens.

‘Machismo mata’

Em seu site, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região lamentou a morte de Cláudia. Já a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) e a Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 2ª Região (Amatra) também divulgaram nota falando em “indignação” e o crescente número de feminicídios no país.

“Em 2016, contabilizávamos 4,8 assassinatos a cada 100 mil mulheres, ocupando o 5º lugar no ranking mundial de países, quanto ao feminicídio. Pelos dados do Mapa da Violência 2015, dos 4.762 assassinatos de mulheres registrados no Brasil em 2013, 50,3% foram cometidos por familiares (33,2% pelo parceiro). O machismo mata. E as campanhas publicitárias de ocasião não bastam para contê-lo”, diz a nota.

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