EUA

Supremacista branco mata 2 homens que tentaram defender muçulmana nos EUA

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Dois homens são assassinados nos EUA ao tentar conter supremacista branco que insultava muçulmanas. Um deles morreu no local, outro no hospital, e um terceiro ficou ferido, mas não corre risco de vida

Homem mata dois homens e deixa um ferido (Imagem: Pragmatismo Político)

Dois homens foram mortos num trem em Portland, nos Estados Unidos, após tentarem defender mulheres de um suposto ataque de islamofobia, informou a polícia local. O assassino, identificado neste sábado (27/05) como Jeremy Joseph Christian, de 35 anos, foi detido pouco após o crime.

O incidente, segundo as autoridades, ocorreu na tarde desta sexta-feira. Christian gritou insultos de teor étnico e religioso contra duas passageiras que seriam muçulmanas, de acordo com testemunhas. Uma delas estaria usando o hijab, véu islâmico que cobre cabeça e pescoço, deixando o rosto livre.

O porta-voz da polícia de Portland, Pete Simpson, afirmou a repórteres que o homem “gritava muitas coisas diferentes”, bravejando um “discurso de ódio” contra as duas mulheres.

Três homens, ainda não identificados pelas autoridades, tentaram intervir e foram esfaqueados pelo agressor, disse a polícia. Um deles morreu no local, outro no hospital, e um terceiro ficou ferido, mas não corre risco de vida.

Simpson informou que a polícia gostaria de interrogar as duas jovens vítimas dos xingamentos. Na sexta-feira, elas deixaram o local do crime antes dos policiais chegarem.

Christian fugiu do trem após as agressões, mas foi localizado por policiais momentos mais tarde e levado em custódia. O americano está preso sob duas acusações de homicídio qualificado, uma de tentativa de homicídio, duas de intimidação em segundo grau e uma de posse de arma restrita.

Conselho pede resposta de Trump

Em comunicado em resposta ao ataque, o Conselho sobre Relações Islâmico-Americanas (Cair, na sigla em inglês) afirmou que houve um aumento no número de incidentes envolvendo islamofobia nos EUA, e que isso se deve em parte à retórica anti-imigração do presidente Donald Trump.

Para Nihad Awad, diretor do Cair, o republicano “precisa se pronunciar pessoalmente contra a onda crescente de islamofobia e outras formas de intolerância e racismo em nossa nação, provocadas por ele por meio de numerosas declarações e ações políticas que trouxeram impactos negativos para as comunidades minoritárias”.

O governo Trump gerou polêmica recentemente ao proibir a entrada em território americano de cidadãos de sete países de maioria muçulmana, medida derrubada mais tarde pela Justiça. Acusado de adotar uma postura anti-islã, o presidente se defendeu em viagem à Arábia Saudita, descartando a existência de “uma batalha entre diferentes credos”.

Deutsche Welle

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