Religião

Família de homem que morreu espancado dentro da Igreja Universal pede Justiça

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Caso era conduzido em sigilo e até familiares tinham dificuldades para saber como andavam as investigações. Antes de morrer, ainda consciente no leito do hospital, a vítima contou detalhes do que aconteceu. Universal alega que câmeras de vigilância estavam desligadas naquela noite

Imagem: Templo de Santo Amaro da Igreja Universal do Reino de Deus

Um crime que ocorreu no ano passado ainda não foi solucionado pela Polícia Civil. Ronaldo Bispo dos Santos, de 48 anos, foi assassinado em um dos maiores templos da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em São Paulo.

Segundo familiares da vítima, Ronaldo pediu para ir ao banheiro e um segurança teria se aproximado e espancado o desempregado, sem justificativa nenhuma.

A agressão teria ocorrido no estacionamento do templo. O desempregado teria ido à igreja para buscar a esposa. Enquanto a esperava teria sentido vontade de ir ao banheiro, após o culto, no início da noite, quando começaram as agressões. Ele morreu após quatro dias de internação.

A Igreja Universal, no entanto, nega esta versão e diz que colabora com as investigações da polícia para que os fatos sejam esclarecidos.

O caso vinha sendo conduzido em sigilo e, segundo os familiares da vítima, até eles enfrentavam dificuldades para saber algo sobre o andamento das investigações. Já foram ouvidas 13 pessoas até aqui, entre familiares, responsáveis pela administração do templo e os membros da equipe de segurança –nenhum deles admitiu participação no crime.

Uma das dificuldades da polícia para o esclarecimento é a falta de imagens internas do templo, já que na noite das agressões, segundo alega a Universal, as câmeras de vigilância estavam inoperantes devido a manutenção.

O Templo da Fé de Santo Amaro, inaugurado em 1998, tem capacidade estimada para cerca de 6.000 e é o segundo mais imponente da agremiação religiosa de Edir Macedo em São Paulo, menor apenas do que o Templo de Salomão.

A polícia tomou conhecimento das circunstâncias do caso porque, antes de morrer, ainda consciente no leito do hospital, Santos contou os detalhes a familiares.

O desempregado, de acordo com relato de parentes, disse que apenas pediu para usar o banheiro e, sem justificativa nenhuma, um segurança passou a agredi-lo, sendo em seguida ajudado por dois outros homens. A agressão teria ocorrido no estacionamento do prédio.

“Ele me disse que levou muitos chutes. Chutaram muito a cabeça dele. Ele disse que foram três seguranças, que ainda pediu socorro para dois pastores, mas eles negaram socorro”, diz a mãe da vítima, a aposentada Rosely de Pádua dos Santos, 68.

Ela diz que o filho era católico e não frequentava o templo. Santos foi ao local para tentar localizar a mulher, Maria do Campo Conceição, 46, esta sim fiel da igreja de Edir Macedo, mas eles se desencontraram. Enquanto esperava pelo ônibus, ele ficou com vontade de ir ao banheiro.

Exames da polícia apontam para uma série de traumas, entre eles o rompimento da alça intestinal em razão das pancadas. Também há sinais de traumas na cabeça e edema no pulmão (em ambos os lados). “Nós queremos é justiça. A de Deus e a dos homens”, afirmou a mãe de Santos.

com informações de Folhapress

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