Esquerda

Fidel Castro morre aos 90 anos; confira a repercussão mundial

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Fidel Castro morre aos 90 anos e mundo repercute sua morte. Confira o que disseram presidentes da América Latina, da Europa e da Ásia sobre o líder da Revolução Cubana

O ex-presidente de Cuba Fidel Castro morreu nesta sexta-feira (25/11) aos 90 anos de idade, informou neste sábado (26/11) seu irmão, o atual mandatário do país, Raúl Castro, em um discurso transmitido pela televisão estatal.

“Com profunda dor é que compareço para informar ao nosso povo, aos amigos da nossa América e do mundo que hoje, 25 de novembro do 2016, às 22h29, faleceu o comandante da Revolução Cubana, Fidel Castro Ruz”, disse Raúl Castro, visivelmente emocionado.

O presidente cubano disse que o corpo do líder histórico da Revolução será cremado, e que nas próximas horas divulgará ao povo a “informação detalhada sobre a organização da homenagem póstuma a Fidel”.

A última vez em que Fidel havia sido visto em público foi no dia 13 de agosto, por ocasião da comemoração de seu 90º aniversário, em um evento no Teatro Karl Marx, em Havana.

Desde seu aniversário, recebeu também em sua residência outros líderes, como o presidente do Irã, Hassan Rohani; de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa; e os primeiros-ministros do Japão, Shinzo Abe; da China, Li Keqiang, e Argélia, Abdelmalek Sellal. A última imagem de Fidel é do dia 15, quando ele recebeu o presidente do Vietnã, Tran Dai Quang.
Em abril, durante o XVII Congresso do Partido Comunista de Cuba, Fidel fez um discurso onde reafirmou a força das ideias dos comunistas.

“A hora de todo mundo vai chegar, mas ficarão as ideias dos comunistas cubanos, como prova que neste planeta se trabalha com fervor e dignidade, é possível produzir os bens materiais e culturais que os seres humanos necessitam, e devemos lutar sem descanso para isso”, afirmou, na ocasião.

Repercussão mundial

O presidente do Equador, Rafael Correa, foi um dos primeiros a lamentar o falecimento de Fidel. “Se foi um grande. Morreu Fidel. Viva Cuba! Viva a América Latina!”, escreveu Correa em sua conta no Twitter.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, destacou que cabe a todos os revolucionários do mundo “continuar seu caminho” e afirmou que o ex-líder cubano e o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez “deixaram aberto o caminho para a libertação” de seus povos.

O presidente do México, Enrique Peña Nieto, classificou Fidel como uma “figura emblemática do século 20”. Peña Nieto afirmou que “Fidel Castro foi um amigo do México, promotor de uma relação bilateral baseada no respeito, diálogo e solidariedade”.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou que sente uma “profunda dor” pela morte do líder cubano Fidel Castro, a quem chamou de “gigante da história da humanidade”. Morales destacou que Fidel ensinou aos revolucionários “a nunca se renderem e a levantar a voz aos que têm políticas de dominação, por meio da invasão aos povos do mundo”.

O governo da Argentina disse que, com a morte de Fidel, “se fecha um capítulo importante da história latino-americana”. A opinião do governo argentino foi expressada pela chanceler, Susana Malcorra, em sua conta no Twitter.

O chefe da equipe das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) que participa dos diálogos de paz com o governo da Colômbia, Luciano Marín Arango, conhecido pelo codinome “Ivan Márquez”, afirmou hoje que, com a morte de Fidel Castro, o mundo perde o “revolucionário mais admirável do século 20”. “No firmamento, deixou sua esteira de humanidade”, disse Márquez no Twitter.

Europa

O governo da Espanha expressou às autoridades de Cuba seu pesar pela morte de Fidel, a quem definiu como “uma figura de grande envergadura histórica, que marcou um ponto de inflexão no país e que teve grande influência em toda a região”.

Em comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, o governo de Mariano Rajoy lembrou que Fidel sempre teve “vínculos próximos com a Espanha como filho de espanhóis e esteve muito apegado a seus laços de sangue e cultura”. “Por isso, a Espanha se une especialmente ao pesar do governo e autoridades cubanas”, diz a nota.

O presidente da França, François Hollande, destacou que o ex-presidente cubano soube representar, para seu povo, “o orgulho da rejeição à dominação exterior”, e transmitiu seu pesar à família do líder e a Cuba por sua morte.

“Fidel Castro foi uma figura do século 20. Encarnou a Revolução Cubana, tanto nas esperanças que gerou como depois, nas desilusões que provocou”, afirmou o chefe de Estado francês.

O presidente da Rússia, –a maior das ex-repúblicas soviéticas–, Vladimir Putin, prestou homenagem a Fidel Castro como o “símbolo de uma era” e um “amigo sincero e confiável da Rússia”, informou o Kremlin em um comunicado. A União Soviética foi a principal aliada de Cuba durante a Guerra Fria.

“O nome deste distinto homem de Estado é com razão considerado o símbolo de uma era na história mundial contemporânea”, disse Putin. “Fidel Castro foi um amigo da Rússia sincero e confiável”, acrescentou.

O ex-presidente soviético Mikhail Gorbachev prestou sua homenagem ao falecido pai da revolução cubana. “Fidel resistiu e fortaleceu seu país durante o bloqueio norte-americano mais duro, quando havia uma pressão colossal sobre ele e, ainda assim, tirou seu país desse bloqueio para um caminho para um desenvolvimento independente”, declarou Gorbachev.

Ásia

Fidel Castro “viverá eternamente”, afirmou o presidente da China, Xi Jinping. “O povo chinês perdeu um camarada bom e sincero”, afirmou, em uma mensagem lida no início do noticiário noturno na TV. “O camarada Castro viverá eternamente”, acrescentou o presidente chinês, que também é secretário-geral do Partido Comunista Chinês.

O governo da Índia lamentou  morte do ex-presidente de Cuba e o classificou como um “grande amigo” do país e “um dos personagens mais icônicos do século 20”.

“Envio minhas mais profundas condolências ao governo e ao povo cubano pelo triste desaparecimento de Fidel Castro. Que sua alma descanse em paz”, escreveu em sua conta no Twitter, o primeiro-ministro do país, Narendra Modi. “Coração triste pelo desaparecimento do líder revolucionário de Cuba, ex-presidente e amigo da Índia, Fidel Castro”, disse, em mensagem divulgada pelo Twitter, o presidente da Índia, Pranab Mukherjee.

com informações de agências internacionais

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